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Colina é nutriente estratégico em tratamento contra Alzheimer

Após descobrir como o nutriente colina chega ao cérebro, pesquisadores buscam desenvolver novas terapias para distúrbios neurológicos, como doença de Alzheimer

2 mai 2024 - 19h09
(atualizado em 3/5/2024 às 11h18)

Em busca de novos tratamentos contra distúrbios neurológicos, como a doença de Alzheimer, pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, investigam um nutriente essencial conhecido como colina. Até então, pouco se entendia como ele conseguia chegar ao cérebro.

Foto: Freepik / Canaltech

A ciência já sabia da importância do nutriente colina para o funcionamento do cérebro, mas ainda faltava descobrir como essa molécula chegava até o tecido cerebral. A resposta envolve a proteína FLVCR2, que transporta a colina quase que "escondida". 

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Compreender os processos biológicos é fundamental para transformar este conhecimento em remédios que poderão retardar ou mesmo tratar distúrbios neurológicos, como sugere Rosemary Cater, pesquisadora da universidade australiana e uma das autoras do estudo.

O que é colina?

"A colina é um nutriente semelhante a uma vitamina essencial para muitas funções importantes do corpo, especialmente para o desenvolvimento do cérebro", explica Cater. Inclusive, ela auxilia na regeneração celular, regulação da expressão gênica e sinalização nervosa.

Cientistas investigam como a colina chega ao cérebro para criar remédios contra a doença de Alzheimer (Imagem: Louis Hansel/Unsplash)
Foto: Canaltech

O nutriente também é importante para o bom funcionamento dos músculos, do fígado e do coração. Para que tudo funcione em equilíbrio, Cater pontua que é necessário consumir de 400 a 500 mg de colina por dia. 

Esta ingestão é feita através da alimentação, em dietas saudáveis, sem a necessidade de suplementação. Isso porque a colina está presente em inúmeros alimentos, como ovos, vegetais, carne, nozes e feijão.

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Como a colina chega ao cérebro?

Em relação à colina, o maior mistério era compreender como esse nutriente chega ao cérebro, ultrapassando a barreira hematoencefálica — uma espécie de "paredão" que filtra o sangue e impede a entrada de elementos tóxicos no órgão, incluindo vírus.

Apesar dos riscos, o cérebro ainda precisa absorver nutrientes do sangue. Por isso, "a barreira contém máquinas celulares especializadas, chamadas transportadores, que permitem a entrada de nutrientes específicos como glicose, ácidos graxos, como ômega-3, e colina", detalha Cater.

Usando técnicas de microscopia crioeletrônica, a equipe de cientistas conseguiu ver exatamente como a colina se liga à proteína FLVCR2 e consegue chegar ao cérebro. Basicamente, a colina se esconde em uma cavidade da proteína e só é revelada após a transposição da barreira.

Remédio contra Alzheimer

Para a maioria dos remédios existentes, a barreira hematoencefálica é o limite do campo de ação. Isso significa que os medicamentos não conseguem ultrapassá-la. Assim, não chegam ao cérebro e não podem ser usados, de forma eficaz, no tratamento de distúrbios neurológicos.

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A partir das novas descobertas, os cientistas apostam ser possível desenvolver medicamentos que simulem a estrutura da colina e consigam chegar ao cérebro. Se a ideia sair do papel, este pode ser o início de uma nova era no campo das terapias contra a doença de Alzheimer, por exemplo.

"Nosso trabalho poderia fornecer uma nova estrutura para a entrega direcionada de agentes terapêuticos ao cérebro", avisam os autores, no artigo publicado na revista Nature. Vale destacar que este também é um desafio para os tratamentos oncológicos, quando há um tumor cerebral.

Fonte: Nature e Universidade de Queensland  

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