Análise de DNA pode definir se Cristóvão Colombo era português
4 jul2012 - 17h02
(atualizado às 17h16)
A tese de que Cristóvão Colombo foi na realidade o fidalgo português Pedro Ataíde e ocultou sua identidade será colocada à prova se for concretizado o projeto para analisar o DNA dos restos de um parente deste personagem luso.
O engenheiro Fernando Branco, autor do livro "Cristóvão Colombo, nobre português", afirmou em entrevista à agência EFE que, se obtiver "o apoio de um grande número de cidadãos", iniciará os trâmites para exumar o cadáver do parente de Ataíde.
A localização desses restos está mantida em segredo, mas Branco assegura saber onde está enterrado o corpo desse familiar do nobre português que, segundo seu livro, entrou para a história como Colombo. "Precisamos de autorização para analisar os restos, por isso não divulgo no livro onde o corpo está enterrado", explica Branco, cuja obra, publicada no mês passado, contradiz a versão oficial de que o descobridor da América nasceu em Gênova (Itália).
As amostras obtidas desses restos, acrescenta, teriam que ser comparadas com o DNA de Diego Colombo, irmão do grande navegante, que na década passada foram analisadas por peritos espanhóis em Sevilha, onde repousam seus restos. Fernando Branco não é o primeiro escritor a defender que o homem que chegou em 1492 ao continente americano tem origem portuguesa, mas é o único que indicou qual poderia ser sua identidade exata.
Após comparar os dados históricos sobre o navegante e o fidalgo, seu livro aponta 63 coincidências que levam a pensar que Ataíde decidiu, em 1476, depois da batalha de San Vicente, trocar de nome por motivos de segurança. "Nós engenheiros não costumamos dizer que estamos totalmente convencidos, mas posso assegurar que nunca vi uma hipótese melhor (sobre a origem de Cristóvão Colombo) que esta", ressalta o escritor.
Na sua opinião, a corrente "genovista" quase não tem argumentos para defender que o navegante era italiano, e atribui sua origem a um mero erro tipográfico em um documento. "As teses de Gênova são muito fracas", defende, "e consideram que Cristóvão Colombo era da família Colombo porque os reis católicos escreveram uma carta que em catalão traduzindo o sobrenome do marinheiro para 'Colom', que quer dizer 'pombo', e que em italiano se diz 'colombo'".
Branco lembra, além disso, que os diários de navegação de Colombo estão escritos em castelhano, com o uso frequente de expressões portuguesas e de algumas em catalão. A coincidência que convenceu o escritor de que Pedro Ataíde, apelidado como "O Corsário", foi na realidade Cristóvão Colombo, foi encontrada no diário de bordo do almirante, citado por seu filho Fernando Colombo no livro que escreveu sobre seu pai.
"Após o descobrimento da América, Colombo para na ilha de Santa María, no arquipélago português dos Açores, onde viviam menos de 100 pessoas. Lá se encontra com o braço direito João da Castanheira, a quem diz conhecer bem, apesar de não ser um nobre nem nada parecido", assinala.
Branco acredita que o braço direito devia ser natural da população de Castanheira do Ribatejo, uma terra sob o controle da família Ataíde, o que explicaria o fato de já terem se encontrado anteriormente. A investigação do engenheiro português foi reconhecida pela Academia de História lusa, e ele se mostra convencido de que, se Pedro Ataíde decidiu mudar de identidade e se chamar Cristóvão Colombo, foi por medo de perder a vida e seus privilégios de nobre.
Ataíde esteve envolvido em uma conjuração contra o rei português João II a pedido da rainha Isabel, "A Católica", no final do século XV, e um de seus primos foi assassinado pelos seguidores do monarca, afirma.
Depois, "os reis católicos quiseram retirar os poderes de alguns nobres, e a origem portuguesa poderia dificultar a manutenção de seus títulos de Almirante das Índias e as riquezas acumuladas". O autor da última de uma longa lista de obras sobre as origens do navegante afirma que seu objetivo agora passa a ser "corrigir" a História, embora assegure que começou a investigar apenas como um hobby e para tentar resolver os mistérios que ainda cercam a história de Cristóvão Colombo.
Em 2011, tivemos descobertas arqueológicas que foram destaque no mundo inteiro. Algumas mais sérias, como um acampamento romano que pesquisadores alemães levaram 100 anos para descobrir. Mas outras que não levam muita fé, como um cineasta canadense que diz ter descoberto os pregos da crucificação de Jesus Cristo. Veja a seguir algumas das principais descobertas feitas neste ano
Foto: Reuters/AP
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Na ilha grega de Creta, arqueólogos anunciaram em janeiro a descoberta de ferramentas de pedra e machados de 130 mil anos. O achado indica que os moradores do local tiveram que navegar para chegar à ilha e que, portanto, o ser humano desenvolveu a navegação muito antes do que se estimava. Leia mais
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O cineasta canadense Simcha Jacobovici segura o que afirma ser um dos pregos da crucificação de Jesus Cristo. Jacobovici, que apresenta os objetos em um documentário, sofreu críticas de pesquisadores que afirmam que o "achado" não passa de um golpe publicitário. A divulgação da descoberta ocorreu em abril.Leia mais
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A imagem mostra uma construção descoberta por arqueólogos israelenses na cidade histórica de Acre. Pesquisadores afirmaram em junho que indícios apontam para que seja o primeiro imóvel de uso público conhecido da época bizantina na Terra Santa. Leia mais
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Também em junho, arqueólogos peruanos divulgaram a descoberta de 370 tumbas incas encontradas nos Andes. O sítio tem entre 500 e 600 anos e foi achado e 3,7 mil m de altitude. Leia mais
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Arqueólogos israelenses descobriram um ossuário de 2 mil anos que dizem pertencer à neta de Caifás, sumo sacerdote a quem o Novo Testamento atribui a responsabilidade pela condenação e crucificação de Jesus pelos romanos. Leia mais
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Cientista analisa espada romana em Jerusalém, em agosto. Arqueólogos encontraram objetos que afirmam ser de uma guerra que ocorreu na cidade por volta de 70 d.C.. A revolta contra Roma teria levado à destruição do Segundo Templo de Jerusalém. Leia mais
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Em Tartus, na Síria, 57 moedas de ouro foram encontradas dentro de uma lamparina de barro. Além do tesouro, arqueólogos acharam outros objetos de diversas épocas e divulgaram a descoberta em agosto. Leia mais
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O Egito, como sempre, foi palco de muitas descobertas arqueológicas. Entre elas, está este texto esculpido há cerca de 2,5 mil anos. Leia mais
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O México, outro país rico em descobertas arqueológicas, também fez um achado milenar, mas ao invés de um pequeno objeto, os arqueólogos encontraram um palácio de 2 mil anos. Leia mais
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Em setembro, arqueólogos divulgaram a descoberta de que a civilização chimu realizava sacrifícios. Os cientistas acharam corpos de 40 crianças que foram mortas em um ritual há cerca de 800 anos. Leia mais
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Na Alemanha, nas margens do rio Lippe, foram descobertos os restos de um grande acampamento romano estratégico. Segundo o arqueólogo Wolfgang Kirsch, que divulgou a descoberta em outubro, foram mais de 100 anos de buscas por diversos cientistas. Leia mais
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Em um campo de L'Isle-Jourdain, no sudoeste da França, voluntários encontraram um tesouro com milhares de moedas de bronze forjadas entre 290 e 310 d.C.. As moedas eram de Roma. O achado foi divulgado em novembro. Leia mais
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Também em novembro, arqueólogos australianos publicaram na revista especializada Science dados sobre a descoberta do que acreditam ser o anzol mais antigo conhecido. A concha esculpida teria entre 16 mil e 23 mil anos e restos de peixes indicavam que nossos ancestrais eram habilidosos pescadores. Leia mais