Slobodan Milosevic, o Hitler dos anos 90
Foto: AP
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Milosevic vota durante reforma do Partido Comunista em 1990
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Filho de um teólogo de origem montenegrina e de uma comunista, Slobodan Milosevic nasceu no dia 20 de agosto de 1941, em Pozarevac (Leste da Sérvia). Formado em Direito, o homem que ficou conhecido como "Carniceiro dos Bálcãs" trabalhou primeiro na indústria e logo depois no setor bancário. Apoiado por sua esposa Mira Markovic, entrou na política e se impõs como líder. Em 1987, assumiu a direção do partido da Liga dos Comunistas (fundado por Tito) na Sérvia e, em 1990, foi eleito presidente da república.
Esta vitória permite que Slobodan Milosevic se dedique à "recuperação" de Kosovo, suprimindo a autonomia garantida à região pela Constituição de 1974, "defendendo" os sérvios que moram fora da Sérvia. Em 1990, fundou seu próprio movimento, o Partido Socialista da Sérvia (SPS), sobre as estruturas da Liga dos Comunistas, que desaparece.
Em 1992, a Iugoslávia de Tito é dissolvida e dá lugar a atual República Federal da Iugoslávia (RFI), integrada pela Sérvia e Montenegro. Kosovo, considerada berço da nação sérvia, apesar da maioria da população da província ser albanesa, vira palco de graves confrontos entre as duas comunidades. No mesmo ano, a participação violenta de Milosevic a favor dos sérvios da Croácia e da Bósnia acarreta as primeiras sanções econômicas internacionais contra Belgrado. Nesta época, Milosevic aparece como o único interlocutor sérvio no Ocidente e sua popularidade chega aos mais altos níveis na Iugoslávia.
O país, porém, fica isolado com os conflitos em Kosovo, cuja responsabilidade é atribuída a Milosevic pelos ocidentais e que provoca os bombardeios da Otan. Para o homem forte de Belgrado, Kosovo significará também o indiciamento por crimes de guerra em junho de 1999, no Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI). Em 1998, a autoridade de Milosevic sofre um golpe mais sério ainda com a eleição de Milo Djukanovic, que tem apoio do Ocidente, para a presidência de Montenegro.
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