Promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional
dedicou carreira na ONU para deter Milosevic
Foto: AP
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Carla del Ponte assiste
à primeira sessão do
julgamento de Milosevic
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A promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Carla del Ponte, fez questão de representar pessoalmente a acusação durante o primeiro dia de julgamento de Slobodan Milosevic, um fato pouco comum nas audiências iniciais desta instância. A promotora de 54 anos, nascida em Lugano (sul da Suíça), acompanha de perto os passos em Haia daquele que foi seu objetivo prioritário, Slobodan Milosevic, por quem não poupou esforços desde sua chegada ao TPI em 1999.
Em visitas a várias capitais, incluindo Belgrado, Del Ponte recordou que a entrega de Milosevic e dos outros acusados pelo TPI era uma obrigação internacional pela qual a República Federal da Iugoslávia tinha que passar se quisesse normalizar sua integração. Desde a mudança do regime na Iugoslávia em outubro do ano passado, Del Ponte reforçou a convicção de que Milosevic acabaria algum dia em Scheveningen, o cárcere do TPI em Haia.
Advogada especializada em divórcios, depois promotora do cantão de Ticino, foi nomeada em 1994 promotora da Confederação, à função mais alta da magistratura suíça. Em setembro de 1999 substituiu a canadense Louise Arbour à frente do TPI. No ministério público suíço, Del Ponte atacou os interesses da máfia junto com o magistrado italiano Giovanni Falcone, assassinado na Sicília, onde ela mesma foi objeto de um atentado.
Investigou também as atividades mafiosas na Rússia, tendo como base a relação que puderam ter estabelecido com os bancos suíços. Nas viagens pelas diferentes capitais para tratar da extradição de Milosevic, Del Ponte nunca foi a Moscou, que quinta-feira qualificou a extradição de "desestabilizadora" para a Iugoslávia. O cargo que ela ocupa no TPI é crucial. Define os objetivos e a estratégia penal e procede as acusações. Tem a seu serviço mais de 400 pessoas entre investigadores e juristas.
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