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O que se sabe sobre o assassinato de petista por bolsonarista

O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto durante a própria festa de aniversário de 50 anos, em Foz do Iguaçu (PR)

11 jul 2022 - 12h58
(atualizado às 14h07)
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Foto: Poder360

O tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, foi assassinado em sua própria festa de aniversário de 50 anos pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho

O crime aconteceu na noite de sábado, 9. Uma discussão entre os dois aconteceu pouco antes do crime, quando Jorge, que é policial penal federal, invadiu a festa para ofender o aniversariante. Ele foi embora prometendo voltar.

Minutos depois, o bolsonarista voltou, desta vez armado, e disparou diversas vezes contra Marcelo. O aniversariante, que atuava como guarda municipal e também estava armado, revidou e acertou Jorge com dois disparos.

Veja discussão antes de assassinato de petista no Paraná:

Marcelo morreu no hospital, enquanto Jorge segue internado em estado grave. Câmeras de segurança do salão de festas gravaram toda a ação.

Onde o crime aconteceu?

A celebração do aniversário de 50 anos da vítima estava sendo realizada na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A, em Foz do Iguaçu (PR). O tema da festa era o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula, que também é pré-candidato à Presidência

Quais são as possíveis motivações?

O secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, informou à RPC, afiliada da TV Globo, que a Polícia Civil ainda investiga a motivação do crime. Mesmo assim, adiantou a possibilidade de se tratar de um caso de intolerância política.

O boletim de ocorrência cita que o assassino chegou ao local da festa, antes do crime, gritando "Aqui é Bolsonaro!".

Quem é o assassino?

Jorge José da Rocha Guaranho se apresenta nas redes sociais como "policial penal federal, conservador e cristão". Em diversas publicações, demonstra seu apoio à reeleição do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e aos seus aliados. 

Foto: CartaCapital

Em uma das fotos publicadas, o policial penal posa ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho de Jair. 

Guaranho também é um dos diretores da associação onde a festa acontecia. Ele ocupava o cargo de secretário no corpo diretor.

Quem é a vítima?

Marcelo Arruda era guarda municipal em Foz do Iguaçu (PR) e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores do município. Ele celebrava seus 50 anos na ocasião em que foi morto.

Marcelo era casado com a investigadora da Polícia Civil Pâmela Suellen Silva e tinha quatro filhos. O mais novo tem apenas pouco mais de um mês.

Arruda era filiado ao PT há 30 anos. Em 2020, chegou até mesmo a se candidatar ao cargo de vice-prefeito, mas sua chapa recebeu apenas 2,2% dos votos válidos naquelas eleições.

Eles se conheciam?

Segundo a esposa de Marcelo Arruda, ele e o atirador não se conheciam. Ela afirmou ainda que Jorge Guaranho não estava convidado para a festa.

Como o crime aconteceu?

Conforme as investigações, Guaranho apareceu na associação, onde acontecia a festa, por volta das 23h. Ele estava de carro, acompanhado de uma mulher e um bebê.

O policial penal, então, de dentro do veículo, teria apontado sua arma para fora enquanto gritava palavras de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e ameaçado o aniversariante e seus convidados, segundo testemunhas.

A mulher que acompanhava Guaranho, neste momento, teria pedido para ele parar e irem embora. O atirador chegou a dizer que voltaria e mataria a todos e saiu com o carro.

O aniversariante ao saber da ameaça pegou a própria arma, ainda durante a festa.

Alguns minutos depois Guaranho retornou ao local, desta vez sozinho, e deu início aos disparos pouco depois de desembarcar de seu carro. Ele entrou na festa e continuou o ataque, iniciando uma troca de tiros com o guarda municipal.

Resgate

Marcelo foi atingido por três tiros morreu pouco tempo depois de ser socorrido, já no hospital. Jorge Guaranho, atingido por dois, recebeu atendimento médico e está internado em estado grave, mas estável. A Polícia Civil do Paraná chegou a divulgar que o agente penitenciário havia morrido, mas pouco depois voltou atrás.

A Justiça decretou a prisão preventiva de Guaranho. 

Fonte: Redação Terra
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