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Mulher intoxicada por metanol em SP queria expandir salão de beleza e ajudar filha se tornar médica

Bruna Araújo, de 30 anos, morreu após ingerir vodca adulterada, segundo a Prefeitura de São Bernardo

7 out 2025 - 22h17
(atualizado às 23h06)
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A designer de sobrancelhas e cílios Bruna Araújo queria expandir seu salão de beleza e ajudar a filha de 10 anos a se tornar médica. Mas os projetos da mulher de 30 anos foram interrompidos quando ela se tornou a terceira vítima do surto de adulteração de bebidas que atinge vários Estados brasileiros. Segundo a Prefeitura de São Bernardo, Bruna morreu após ingerir vodca adulterada com metanol.

Bruna Araújo, 30 anos, morreu nesta segunda-feira
Bruna Araújo, 30 anos, morreu nesta segunda-feira
Foto: Reprodução de Vídeo/Fantástico/Globo

O enterro foi realizado em Santo André na tarde desta terça-feira, 7. A família estava em choque. O pai de Bruna precisou ser amparado. O ex-marido, pai da menina de 10 anos, também foi auxiliado. Amigos e parentes afirmaram que não iriam se manifestar por orientação da família.

De acordo com relatos de amigos, Bruna esteve no bar Boteco da Villa para assistir a um show de pagode no dia 28. Ela consumiu bebidas à tarde e à noite. Bebeu vodca com suco. No dia seguinte, começou a apresentar sintomas de intoxicação. Em áudios veiculados pelo Fantástico, da Globo, ela afirmou às amigas que estava "destruída" e "como se tivesse tomado a vodca do mundo todo". Ela estava com sintomas graves, como perda de visão e confusão mental.

Bruna foi levada para o Hospital de Clínicas de São Bernardo, onde estava internada desde segunda-feira, 29. Na sexta-feira, 3, o hospital abriu o protocolo de morte cerebral para a paciente, segundo a prefeitura. O protocolo abrange exames para confirmar ou não a perda completa e irreversível das funções cerebrais.

O namorado de Bruna também foi internado em outra unidade de saúde, segundo familiares. Ele já teve alta médica.

O Boteco da Villa foi interditado - o Estadão não conseguiu contato com sua defesa. Em nota publicada nas redes sociais, o Boteco da Villa afirma que a interdição é "precipitada", "meramente cautelar", e acrescenta que não há comprovação de irregularidades envolvendo o local.

"Todas as nossas bebidas são adquiridas com procedência garantida, sempre acompanhadas de nota fiscal", disse o estabelecimento. "Nunca houve qualquer indício ou evidência de adulteração em nossos produtos", acrescentou.

A polícia investiga ainda a distribuidora de bebidas que forneceu os destilados para o estabelecimento.

O Estado de São Paulo registrou, nesta terça-feira, 7, um aumento no número de mortes confirmadas por intoxicação por metanol, além de crescimento na quantidade de casos positivos para o uso da substância.

Um novo balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) aponta que o Estado registra três óbitos (eram duas mortes conforme o último boletim, divulgado na segunda-feira) e 18 confirmações de contaminação por metanol — três casos a mais em relação ao levantamento anterior.

São 176 casos no total, com 158 em investigação — incluindo sete óbitos que estão em análise. Segundo dados do governo, 38 ocorrências foram descartadas após os exames não apontarem contaminação por metanol, e outras 35 começaram a ser investigadas.

Prisões e interdições

Até o momento, 42 pessoas foram presas em São Paulo em operações contra esquemas de adulteração de bebidas desde o início do ano. Desse total, 21 foram detidas nesta semana.

Em relação ao número de estabelecimentos, 11 — sendo sete na capital — foram interditados sob suspeita de comercializar bebidas adulteradas. Um deles foi desinterditado parcialmente pela Justiça e pela Vigilância Sanitária do Município, mas continua proibido de vender destilados.

Nesta segunda-feira, a 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da Polícia Civil de São Paulo, apreendeu 103 mil vasilhames de destilados vazios em um galpão clandestino na Vila Formosa, na zona leste da capital.

Segundo a polícia, o local funcionava como uma "empresa de recicláveis", que tinha como principal fonte de comércio a venda de garrafas vazias para terceiros. Dois homens foram autuados e serão investigados, diz a polícia. A defesa deles não foi localizada pela reportagem.

Estadão
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