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Banda afropernambucana Abulidu lança álbum antirracista

Disco de estreia enaltece mulheres pretas, raízes africanas e reúne um time representativo de artistas recifenses

15 jun 2023 - 17h21
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Disco de estreia da banda pernambucana Abulidu é um manifesto antirracista, exaltando a cultura preta
Disco de estreia da banda pernambucana Abulidu é um manifesto antirracista, exaltando a cultura preta
Foto: Divulgação

Após disponibilizar, em abril deste ano, o EP "Remix" com as três primeiras músicas de trabalho, Abulidu, banda afropernambucana antirracista, lança seu primeiro álbum, "Códigos Periféricos". Com oito faixas, o disco traz crítica social e política, histórias de Pernambuco, arte brasileira, amor, beleza ancestral, empoderamento e, claro, raízes africanas.

“É a nossa antena pernambucana captando tudo, com seus códigos periféricos. Para engrossar ainda mais o caldo, temos a panela preta na pressão cheia de ingredientes adubada por Buguinha, que é o maior responsável pelos arranjos”, conta o cantor e compositor Hélio Abulidu.

A banda enaltece a cultura preta local, como a capoeira, evidenciando Nascimento Grande, capoeirista recifense conhecido como herói popular, o Brabo dos Brabos. Essa mesma faixa conta com a participação do cantor e compositor Cannibal, vocalista da banda pernambucana Devotos.

Um som para o mundo

Cannibal comemorou sua participação, a qualidade da produção e, sobretudo, o trabalho proposto pela banda. “Estou muito feliz por ter participado desse projeto tão rico, que tem produção de Buguinha, um dos melhores produtores do Brasil. Sem contar que a Abulidu é formada por uma galera jovem, com identidade forte, um propósito social muito bem definido”, analisa Cannibal.

Ele conta que trocou experiências, ensinou e aprendeu. “Espero que eles tenham reconhecimento e espaço na mídia. Se um dia eu abrir o jornal e lá tiver uma matéria sobre eles em um festival na Europa, eu não vou ficar surpreso, porque eles fazem um som para viajar o mundo”, enfatiza.

Para Cannibal, do Devotos, trabalho sonoro da banda deve ser ouvido mundialmente
Para Cannibal, do Devotos, trabalho sonoro da banda deve ser ouvido mundialmente
Foto: Divulgação

Conheça algumas faixas do disco

“É o elo do nosso povo. São os 'Diamantes Negros', nome de uma música do disco, cantada com um banho de poesia que atravessa o tempo. Outra faixa, 'Negrarte', é um mantra da arte brasileira”, conta Hélio Abulidu.

Entre personalidades citadas nessa música estão a escritora, compositora e poetisa, Carolina Maria de Jesus e os cantores e compositores Gilberto Gil, Djavan e Milton Nascimento.

Outras personalidades negras aparecem em "Rádio Favela", como Djamila Ribeiro, filósofa, professora, escritora e ativista, além da cantora, compositora, rapper, atriz e instrumentista americana Lauryn Hill.

Mulheres são exaltadas em Códigos Periféricos

A canção "Diamantes Negros" conta com a participação da poetisa Odailta Alves na voz e letra. “Minha experiência nessa construção foi muito linda, a partir da declamação de um poema autoral que apresenta esse lugar da mulher preta se exaltando, exaltando sua ancestralidade, que soma com um álbum tão lindo, tão preto e tão potente”, diz a poetisa.

Segundo Odailta Alves, “a Abulidu está fazendo uma revolução autoral, preta, periférica dentro da cena musical pernambucana e eu tenho muito orgulho de ter sido convidada nesse projeto, que eu espero que voe muito alto”.

Poetisa Odailta Alves participa da canção Diamantes Negros. Disco exalta mulheres negras
Poetisa Odailta Alves participa da canção Diamantes Negros. Disco exalta mulheres negras
Foto: Divulgação

A música "Não é Oba Oba é Baobá" faz referência à árvore africana que tem Pernambuco como o seu jardim, depois da África, e cita a comunidade Suvaco da Cobra, de Jaboatão dos Guararapes.

A ancestralidade permeia todo o álbum e ganha destaque na música "Ifé", que significa amor na língua iorubá, amplamente falada na Nigéria.

Pequeno histórico da banda Abulidu

A identidade visual é assinada pelo artista Diego Sidrim. A arte da capa foi produzida pelo pernambucano Adelson Boris, arte-educador, grafiteiro, ilustrador e integrante do Coletivo Pão e Tinta, do bairro Pina, Recife.

Surgida em dezembro de 2019, a banda lançou três músicas antes do disco de estreia. "Quilombo Urbano" e "Abulidu" ganharam videoclipe. O primeiro conquistou o 1º lugar do TOP 20 RNC, em abril deste ano.

O grupo conquistou ainda o segundo lugar geral do Pré-Amp (2020), concurso de música autoral de Pernambuco. No ano passado, tocou na posse do presidente Lula (PT).

ANF
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