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Abaixo-assinado quer fim da lei contra baile funk em Suzano (SP)

Lei completa um mês e foi aplicada quatro vezes. Multa por organizar pancadão sem alvará é de R$ 24 mil

8 jan 2025 - 10h44
(atualizado às 10h45)
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Resumo
Cerca de 20 atividades que causavam perturbação do sossego foram interrompidas entre 6 de dezembro, quando a proibição entrou em vigor, até 6 de janeiro de 2025. Lei com 35 artigos abrange de festas clandestinas a poda de árvore.
Guarda Civil Municipal (GCM) está encarregada de fazer valer a lei que proíbe festas clandestinas em Suzano (SP).
Guarda Civil Municipal (GCM) está encarregada de fazer valer a lei que proíbe festas clandestinas em Suzano (SP).
Foto: Wanderley Costa/Secop/Suzano

Ativistas e artistas de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, estão se mobilizando contra a Lei Complementar 394, que proíbe “raves, fluxos, pancadões e similares em vias públicas ou propriedades privadas”. Um abaixo-assinado está aberto na internet.

Após um mês da Lei, foram aplicadas três multas para organizadores de festas sem autorização oficial no Jardim Colorado, Varan, Parque Residencial Casa Branca e Distrito de Palmeiras. Cada multa custa quase R$ 24 mil.

Eduardo Bernardo Teles de Oliveira, 26 anos, organizador da Batalha da Esperança, realizada há cinco anos, diz que estão “com o pé atrás”. No ano passado, pararam com os encontros “porque sempre tinha viatura enquadrando os MCs”. Neste ano, “queremos voltar, porém com o pé atrás, que agora tem a lei. Sem ela a gente sofria opressão, agora acredito que vai ser pior”.

A João, DJ e produtor cultural de Suzano, diz que se policiais “baixarem numa festa, vão querer parar, dar multa”.
A João, DJ e produtor cultural de Suzano, diz que se policiais “baixarem numa festa, vão querer parar, dar multa”.
Foto: Arquivo pessoal

Para A João, nome artístico do DJ e produtor cultural de 23 anos, “o problema é o funk da periferia. A gente não tem espaço e agora não pode fazer na rua”. Em Suzano, há lugares centrais com bares e tabacarias ao redor dos quais junta gente, atrapalhando o trânsito e fazendo barulho, como a Avenida General Francisco Glicério.

Guarda Municipal está autorizada a aplicar a lei

O psicólogo Astro Rafael trabalha com redução de danos em festas periféricas, como bailes funk. “Lamentei muito por essa aprovação, até porque os bailes de favela acabam sendo o espaço que temos de cultura, encontros e lazer na cidade, que nos quer nas margens, além de dar o aval à violência contra pobre, preto e periférico”, diz.

Segundo a Prefeitura, “não há qualquer fundamento nessa afirmação”. A Guarda Municipal de Suzano deverá apoiar as secretarias municipais “na execução de toda e qualquer ação” prevista. O objetivo não seria simplesmente proibir, mas “exigir” adequações “de modo que estejam dentro da lei e respeitem o direito de descanso das pessoas”.

Para Astro Rafael, psicólogo que trabalha com redução de danos, proibição de bailes funk “é um retrocesso nas políticas culturais”.
Para Astro Rafael, psicólogo que trabalha com redução de danos, proibição de bailes funk “é um retrocesso nas políticas culturais”.
Foto: Arquivo pessoal

Dados oficiais apontam que, de janeiro a outubro de 2024, a Guarda Civil Municipal (GCM) de Suzano atuou em 717 ocorrências envolvendo perturbação de sossego, o principal tipo de infração. A Ouvidoria Municipal registrou 160 queixas contra bares e adegas.

Lei prevê multa de até R$ 24 mil

A Lei Complementar 394 abrange diversas atividades e situações. Trata de festas clandestinas, som em veículos, perturbação do sossego, isolamento acústico, adegas, descarte de resíduos, pichação, abandono de animais, corte de árvores e desmanches.

A maior multa prevista é para organizadores de festas sem alvará, pessoa física ou jurídica. A multa é de 5.000 Unidades Fiscais do Município (UFMs), o que dá quase R$ 24 mil.

As adegas podem funcionar das 7 horas até meia-noite, sendo proibido “o consumo de bebidas alcoólicas nos recintos dos estabelecimentos, e nas vias públicas, num raio de até cem metros de distância”, diz a Lei.

A pichação de propriedades públicas ou privadas vai custar 1.500 UFMs. Materiais de pintura deverão ter nota fiscal com o nome do comprador, entre outras proibições previstas em 35 artigos.

Fonte: Visão do Corre
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