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Periferia recebe melhor os agentes de combate à dengue em SP

Em regiões centrais, falta de pessoas em casa e burocracia de condomínios dificultam a entrada de funcionários da saúde

14 mar 2024 - 08h38
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Resumo
O combate ao mosquito da dengue é mais fácil nas periferias, onde as pessoas recebem melhor os agentes de saúde e há mais gente em casa. Em regiões centrais, há mais casas fechadas, com proprietários trabalhando. Empregadas são orientadas a não abrirem os portões por questões de segurança e burocracia dos condomínios também dificulta o trabalho dos agentes de saúde.
Casal Francisco Nelson, 66 anos, e Aparecida Damin, 62, pegaram dengue. Eles moram no Jaguara, zona oeste, bairro campeão de dengue em São Paulo
Casal Francisco Nelson, 66 anos, e Aparecida Damin, 62, pegaram dengue. Eles moram no Jaguara, zona oeste, bairro campeão de dengue em São Paulo
Foto: Marcos Zibordi

A escolha dos locais prioritários de combate à dengue em São Paulo é feita com base em estatísticas de contaminação. Em toda a cidade, o trabalho segue as diretrizes do ministério da Saúde. Mas, nas periferias, é mais fácil.

Segundo Luiz Artur Vieira Caldeira, coordenador de Vigilância e Saúde da Cidade de São Paulo, “o que muda é a questão do comportamento das pessoas. Nas áreas periféricas, as pessoas tendem a facilitar o acesso das equipes e receber de maneira mais tranquila. E tem mais pessoas nas casas”.

Nas regiões centrais, existem mais residências sem pessoas para atenderem os agentes de saúde. Quando estão em casa, há mais resistência dos proprietários. E, muitas vezes, empregadas domésticas são orientadas a não abrirem o portão para ninguém.

“Em grandes condomínios, de médio e alto padrão, às vezes as equipes precisam voltar uma, duas, três vezes até conseguir entrar”, explica Caldeira. Nesse locais, há síndicos e administradoras, que precisam autorizar a entrada. “As equipes vão se adaptando”, diz o responsável pelo combate à dengue na cidade de São Paulo.

Já ouviu falar de “equipamento costal”?

Em locais como favelas, ruas estreitas, vielas e subidas muito verticais, onde veículos nebulizadores não conseguem entrar, agentes de saúde utilizam o chamado “equipamento costal”. Trata-se de um tanque plástico levado nas costas, como mochila.

Duzentos estão sendo usados no combate à dengue. Cada um suporta até cinco litros. “É um equipamento relativamente simples, um tambor de plástico com um motorzinho de gera pressão e produz o vapor de veneno, sem necessidade de bombear”, explica Caldeira.

Luiz Artur Vieira Caldeira, coordenador de Vigilância e Saúde da Cidade de São Paulo
Luiz Artur Vieira Caldeira, coordenador de Vigilância e Saúde da Cidade de São Paulo
Foto: SMS

Um veneno para cada tipo de lugar

Onde não é possível retirar a água parada, como piscinas abandonadas, aplica-se larvicida. Ele interfere na fase entre a larva e o ovo, impedindo que se transforme em mosquito. A aplicação faz efeito por, pelo menos, um mês.

A nebulização, o conhecido “fumacê”, é a aplicação de inseticida. Ele atinge o mosquito adulto, que está voando, sugando sangue e transmitindo a doença. O fumacê é feito com veículos. O raio de ação do inseticida é de cerca de 150 metros.

A prefeitura pode entrar em locais abandonados, explica o coordenador de Vigilância e Saúde. “Existe legislação para isso, mas estamos preferindo usar drones. Com eles, realizamos um trabalho pontual, em locais identificados também por drones, por vizinhos e agentes de saúde. É mais eficaz”, diz Caldeira.

Drones

Desde 5 de março, a prefeitura de São Paulo está utilizando cinco drones para aplicação de larvicida em casas e terrenos abandonados. Cerca de 400 imóveis foram mapeados por 26 drones menores, da Guarda Civil Metropolitana.

Até agora, 101 desses locais prioritários receberam aplicação de veneno. “Não precisa fazer uma poça de larvicida, só precisamos que ele atinja o alvo”, diz Caldeira. O larvicida se mistura com a água e a reação química impede o desenvolvimento do mosquito.

Prefeitura está usando cinco drones para aplicação de larvicida em imóveis abandonados. São 400 locais mapeados na cidade
Prefeitura está usando cinco drones para aplicação de larvicida em imóveis abandonados. São 400 locais mapeados na cidade
Foto: SMS

Nos primeiros três dias, o trabalho se concentrou na região leste de São Paulo, com maior percentual de novos casos. Agora, um drone atua em cada região em horário comercial, de segunda a sexta. Os voos dependem de autorização dos órgãos de controle aéreo.

Em certos casos, é preciso fechar e sinalizar ruas, trabalho realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Cada drone leva até 8 litros de larvicida. “Apesar de larvas e ovos serem muito numerosos, são extremamente sensíveis ao veneno”, explica Caldeira.

Segundo ele, a quantidade de drones – um para cada região da cidade – é suficiente porque é um trabalho complementar ao das equipes em terra.

Fonte: Visão do Corre
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