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Por que um país que vive do turismo quer receber menos visitantes

20 fev 2017 - 13h55
(atualizado às 14h52)
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É fácil entender o atrativo turístico de Palau
É fácil entender o atrativo turístico de Palau
Foto: iStock

Como estratégia econômica, pode parecer pouco rentável. Mas o governo de Palau, na Oceania, quer que cada vez menos turistas visitem suas praias idílicas.

Seu presidente, Tommy Remengesau, acaba de apresentar um projeto de lei para permitir a construção de apenas hotéis cinco estrelas nesta parte da Micronésia.

Ou seja, a administração aposta na chegada de menos turistas, mas com maior poder aquisitivo. Menos pessoas que deixem mais dinheiro.

E, ao mesmo tempo, quer a garantia de que os investimentos contribuam para o desenvolvimento harmonioso desse pequeno país do Pacífico, composta por 250 ilhas.

"Caso haja necessidade de construir nova infraestrutura, como abrir estradas, os investidores teriam que fazer isso por conta própria", disse Remengesau.

"Em troca, daríamos os incentivos e isenções fiscais necessários", acrescentou o mandatário, segundo declarações à Rádio Nova Zelândia (RZN).

O curioso é que Palau depende majoritariamente do turismo, responsável por aproximadamente 85% do PIB da nação, que tem apenas 20 mil habitantes.

Mas nos últimos anos, a população do arquipélago vem se queixando de que o fluxo de visitantes tem saturado os locais mais populares, causando danos aos recifes de corais e perturbando a vida selvagem.

O turismo é responsável por mais de 85% do PIB de Palau
O turismo é responsável por mais de 85% do PIB de Palau
Foto: BBC News Brasil

'Qualidade, não quantidade'

A ilha notou o aumento de visitantes especialmente da China. E com isso, já em 2015 o governo anunciou que reduziria pela metade o número de voos fretados que chegam do gigante asiático.

Remengesau quer, porém, ir ainda mais longe. E sua aposta é converter o país num sinônimo de turismo de luxo.

O presidente disse que a lei privilegia "a qualidade acima da quantidade" e deixou claro que Palau quer atrair apenas pessoas dispostas a gastar muito.

Ele insiste que o objetivo final é que o desenvolvimento das ilhas ocorra, mas respeitando o meio ambiente e seus habitantes.

"Queremos controlar o crescimento ou que o crescimento nos controle?", questionou a um grupo de jornalistas locais, segundo a publicação Marianas Variety.

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