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TDAH: o transtorno que afeta a atenção e muitas vezes passa despercebido

Descubra o que é o TDAH, seus principais sintomas e por que muitos adultos convivem com esse transtorno sem sequer desconfiar

9 dez 2025 - 08h03
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O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é uma condição do neurodesenvolvimento que acompanha a pessoa desde a infância e pode continuar ao longo da vida adulta. Ele afeta principalmente a forma como o cérebro lida com atenção, organização, controle de impulsos e nível de atividade. Muitas pessoas convivem com sinais do transtorno durante anos sem perceber que esses comportamentos têm uma explicação clínica.

Na rotina diária, o TDAH pode aparecer em situações simples, como dificuldade para terminar tarefas, esquecer compromissos com frequência ou sentir a mente "pulando" de um assunto para outro. Em crianças, costuma surgir na escola, com queixas de desatenção ou agitação. Em adultos, muitas vezes se mistura com cansaço, estresse ou sobrecarga, o que contribui para que o problema passe despercebido.

O que é TDAH exatamente?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é caracterizado por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, em grau mais intenso do que o esperado para a idade. Não se trata de falta de esforço, preguiça ou falha de caráter. Estudos indicam que o TDAH está relacionado a diferenças na forma como determinadas áreas do cérebro funcionam e se conectam, especialmente as ligadas ao planejamento, à motivação e ao controle de comportamentos.

Profissionais de saúde costumam descrever três tipos principais de apresentação do TDAH:

  • Predominantemente desatento: maior dificuldade em manter o foco, seguir instruções, organizar tarefas e lembrar detalhes.
  • Predominantemente hiperativo-impulsivo: inquietação física, tendência a interromper os outros, agir sem pensar e dificuldade para esperar a própria vez.
  • Combinado: quando aparecem tanto sinais de desatenção quanto de hiperatividade e impulsividade.

Essas manifestações precisam estar presentes desde a infância e causar algum impacto significativo na vida escolar, profissional, familiar ou social para que se fale em diagnóstico de TDAH.

Sintomas como distração persistente, esquecimento, agitação interna e impulsividade podem ser confundidos com estresse ou cansaço, o que dificulta o diagnóstico – depositphotos.com / KostyaKlimenko
Sintomas como distração persistente, esquecimento, agitação interna e impulsividade podem ser confundidos com estresse ou cansaço, o que dificulta o diagnóstico – depositphotos.com / KostyaKlimenko
Foto: Giro 10

Por que muitos têm TDAH e não sabem?

Uma das principais razões para tantas pessoas viverem com TDAH não diagnosticado é a semelhança de seus sintomas com situações comuns do dia a dia. Cansaço extremo, jornadas de trabalho longas, uso intenso de telas, preocupações financeiras e problemas de sono podem gerar lapsos de memória, distração e irritação, o que confunde a percepção do que é sintoma e do que é contexto.

Além disso, existem outros fatores que ajudam a explicar por que o transtorno passa despercebido:

  • Estereótipos: ainda é comum associar TDAH apenas a crianças muito agitadas, principalmente meninos, o que deixa de lado pessoas mais quietas ou desatentas.
  • Adaptações ao longo da vida: muitos desenvolvem estratégias próprias para compensar as dificuldades, como excesso de anotações ou rotina altamente estruturada, mascarando os sinais.
  • Confusão com outros quadros: sintomas podem ser interpretados como ansiedade, depressão, estresse crônico ou simples desorganização.
  • Desconhecimento: parte da população ainda não associa dificuldades persistentes de foco e impulsividade a um transtorno de atenção.

Quais são os sinais comuns do TDAH?

Os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade variam muito entre indivíduos, mas alguns padrões aparecem com frequência. Em adultos, é comum que o TDAH se manifeste de forma mais sutil do que na infância, o que torna o reconhecimento ainda mais complexo.

Entre os sinais frequentemente associados ao TDAH, estão:

  1. Dificuldade em manter a atenção em leituras, reuniões ou aulas por muito tempo.
  2. Esquecimento recorrente de prazos, contas, compromissos ou objetos pessoais.
  3. Tendência a iniciar muitas atividades e abandonar parte delas no meio do caminho.
  4. Sensação de mente acelerada, com vários pensamentos ao mesmo tempo.
  5. Agitação interna ou física, como mexer mãos e pés ou dificuldade para ficar sentado por longos períodos.
  6. Impulsividade ao falar, comprar, comer ou tomar decisões rápidas.
  7. Problemas de organização, principalmente quando há muitas tarefas simultâneas.

É importante ressaltar que qualquer pessoa pode apresentar alguns desses comportamentos em momentos específicos. Para se pensar em TDAH, eles precisam ser duradouros, começar na infância, aparecer em diferentes ambientes (casa, escola, trabalho) e trazer prejuízos reais.

Com avaliação profissional, tratamento adequado e ajustes na rotina, pessoas com TDAH podem melhorar o foco, reduzir prejuízos e reorganizar suas atividades diárias – depositphotos.com / serezniy
Com avaliação profissional, tratamento adequado e ajustes na rotina, pessoas com TDAH podem melhorar o foco, reduzir prejuízos e reorganizar suas atividades diárias – depositphotos.com / serezniy
Foto: Giro 10

Como o diagnóstico de TDAH é feito?

O diagnóstico do TDAH é clínico e envolve avaliação detalhada feita por profissionais habilitados, como psiquiatras ou neurologistas, muitas vezes com apoio de psicólogos. Não existe um exame único de sangue ou de imagem que "prove" o transtorno. A investigação leva em conta a história de vida, relatos da família ou de pessoas próximas, desempenho escolar e profissional, além de questionários padronizados.

De modo geral, o processo costuma incluir:

  • Entrevista clínica, para entender como os sintomas surgiram e como afetam a rotina.
  • Levantamento da infância, buscando registros escolares ou relatos de responsáveis.
  • Avaliação de outras condições, como ansiedade, depressão, uso de substâncias ou dificuldades de aprendizagem.
  • Observação do padrão atual de funcionamento, identificando pontos fortes e dificuldades.

Esse cuidado é importante para diferenciar o transtorno de situações passageiras ou de outros quadros que possam se sobrepor ao TDAH.

O que pode ajudar quem tem TDAH?

Quando o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é identificado, existem diferentes estratégias de manejo. Profissionais costumam combinar abordagem medicamentosa, quando indicada, com intervenções não farmacológicas, como psicoterapia, psicoeducação e ajustes na rotina. O objetivo é reduzir prejuízos e facilitar o dia a dia, não mudar a personalidade da pessoa.

Algumas medidas frequentemente recomendadas incluem:

  • Organizar tarefas em etapas menores e mais claras.
  • Utilizar agendas, aplicativos e lembretes visuais como apoio de memória.
  • Estabelecer horários fixos para atividades essenciais, como estudo, trabalho e sono.
  • Reduzir distrações em momentos que exigem foco, como notificações e ambientes muito barulhentos.
  • Buscar acompanhamento especializado sempre que as dificuldades se tornarem persistentes e impactarem a qualidade de vida.

À medida que a informação sobre TDAH se torna mais acessível, cresce o número de pessoas que passam a reconhecer seus próprios sinais e procuram orientação qualificada. Esse movimento contribui para que o transtorno deixe de ser visto apenas como "desatenção" ou "agitação" e seja compreendido como uma condição que pode ser manejada com suporte adequado.

Giro 10
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