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Homem dirigiu 300 km com bala alojada no crânio; como isso é possível?

Neurocirurgião explica que situação pode ocorrer a depender da área cerebral que foi atingida

23 jan 2024 - 10h26
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Mateus Facio precisou passar por cirurgia para remover bala alojada na cabeça
Mateus Facio precisou passar por cirurgia para remover bala alojada na cabeça
Foto: Reprodução/TV Globo

O caso de Mateus Facio, mineiro de 21 anos, chamou a atenção do país na última semana. Isso porque o jovem achou que havia levado uma pedrada enquanto curtia as festas de final de ano em Cabo Frio (RJ), mas descobriu que, na verdade, havia levado um tiro na cabeça.

Além de curtir o Réveillon, o estudante ainda enfrentou um trânsito de sete horas quando retornou para Juiz de Fora (MG). Mateus ficou quatro dias com a bala alojada na cabeça, e só fez a descoberta após procurar um médico por sentir dificuldade em movimentar o braço direito. 

Ao Terra, Felipe Mendes, médico neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, explica que embora seja raro, é possível que uma pessoa sofra uma lesão no crânio, como um ferimento de bala, e não perceba imediatamente. 

De acordo com o especialista, isso pode ocorrer se a bala não afetar áreas do cérebro responsáveis pela consciência ou funções vitais e se não houver sintomas imediatos, como dor intensa ou perda de consciência. 

“Uma curiosidade interessante é que o cérebro não possui terminações de dor, as partes mais sensíveis onde é possível sentir dor são o couro cabeludo e as meninges (membranas que revestem as estruturas do sistema nervoso).”

Além disso, a ausência de percepção de uma lesão pode se dar devido ao choque e às intensas emoções vividas em momentos que representam risco à sobrevivência. Substâncias como adrenalina e endorfinas, quando liberadas, podem ajudar a mascarar a dor. 

Tomografia detectou bala alojada no crânio
Tomografia detectou bala alojada no crânio
Foto: Reprodução/TV Globo

O neurocirurgião ressalta que uma das grandes preocupações iniciais com a percepção tardia, é o risco de infecção do orifício de entrada do projétil. Outra complicação possível é a fístula liquórica, vazamento do líquido cefalorraquidiano através da pele, aumentando em muito a possibilidade de desenvolvimento de meningite ou infecções mais profundas como abscessos cerebrais. 

“Além disso, o projétil alojado pode ser irritativo para o tecido cerebral, aumentando as possibilidades de desenvolvimento de crises convulsivas ou epilépticas”, destaca o neurocirurgião.

Em casos graves, ainda há risco de hemorragias e edemas, causando déficits neurológicos ou síndrome da hipertensão intracraniana - um quadro dramático de aumento da pressão intracraniana, que pode levar ao óbito.

O médico que realizou a cirurgia de retirada do projétil no crânio de Mateus declarou que, por poucos milímetros, a bala poderia causar um dano bem mais grave, como paralisia. O jovem teve alta após dois dias de internação, com previsão de 30 dias para seguir a vida normalmente. 

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Fonte: Redação Terra Você
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