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Calendário de vacinação para pacientes especiais será atualizado

Guia será lançado na Jornada Nacional de Imunizações, em Fortaleza

3 set 2019 - 09h56
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FORTALEZA - O Calendário de Vacinação de Pacientes Especiais da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ganhou versão atualizada para os anos de 2019 e 2020. A nova programação será lançada oficialmente na Jornada Nacional de Imunizações, que acontece em Fortaleza, entre os dias 4 e 7 de setembro.

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lança novo calendário de vacinação de pacientes especiais entre os dias 4 e 7 de setembro
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lança novo calendário de vacinação de pacientes especiais entre os dias 4 e 7 de setembro
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão

Uma das responsáveis pelo calendário, a diretora da SBIm Mônica Levi explica que o grupo de pacientes considerados especiais vai além dos imunodeprimidos - pessoas cujas defesas do organismo estão debilitadas. Diabéticos, por exemplo, são considerados pacientes especiais pela SBIm, pelo risco de infecção aumentado.

"Paciente especial não quer dizer imunodeprimido sempre. Um cardiopata, um pneumopata crônico, não é um imunodeprimido. Ele tem recomendações diferentes da população normal porque a doença de base, como a do diabético, o torna mais propenso a desenvolver infecção grave e morte", explicou Mônica.

O calendário que será lançado durante a Jornada Nacional de Imunizações já está disponível no site da SBIm.

Desafios da atualização

No caso dos pacientes especiais, o guia precisa ser atualizado com maior frequência que os demais, uma vez que os tratamentos e medicamentos utilizados por esses pacientes estão em constante evolução.

"O calendário dos pacientes especiais tem vida mais curta. Novas evidências, muitos resultados de estudos e muita discussão interna entre especialistas levaram às mudanças", disse a diretora.

Um dos maiores desafios na elaboração do calendário foi criar uma tabela capaz de dar conta de pacientes que utilizam medicamentos que interferem na imunidade, como pessoas com doenças reumatológicas e câncer.

Para esses casos, o uso de uma vacina com o vírus vivo e atenuado pode acabar causando a infecção, e o uso de uma vacina inativada, apesar de não oferecer esse risco, pode não resultar na imunização pretendida.

Um exemplo é a vacina para hepatite B. Na população em geral, ela é feita em três doses. Nos imunodeprimidos, são aplicadas quatro doses, com a quantidade dobrada de antígeno em cada uma delas. Ao final da vacinação, ainda é necessário realizar um exame de sorologia para verificar se foram produzidos os anticorpos.

Aproximação com a comunidade médica é prioridade

Apesar de pacientes especiais muitas vezes estarem sob acompanhamento de um médico especialista, a diretora do SBIm lamenta que isso nem sempre signifique que os calendários de vacinação estão sendo devidamente observados.

"A gente tenta se aproximar da comunidade médica e fazer esses guias em conjunto, para conscientizar os profissionais a começarem a se preocupar com a proteção dos pacientes de uma maneira mais global. Mas vacina é uma coisa que muitas vezes passa batida na consulta."

A diretora da SBIm avalia que é preciso aumentar o destaque dado à imunização na formação médica e engajar também as sociedades de cada especialidade. Com o envelhecimento da população, a tendência é que cada vez mais pessoas sejam diagnosticadas com doenças crônicas e entrem no calendário de pacientes especiais.

"A gente está falando de uma população que tem a perspectiva de viver muito mais. Se você quer seu paciente saudável, você tem que fazer a prevenção para uma vida saudável lá na frente. E a vacina faz parte disso."/ Agência Brasil

Estadão
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