Quando a reposição hormonal nos homens é recomendada?
Especialista revela quando é recomendado
Testosterona traz ganhos, mas exige cautela, revela especialista
Ao contrário da menopausa, que chega de forma abrupta nas mulheres, os homens enfrentam uma queda hormonal gradual, conhecida como Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM) — também chamada de andropausa. A partir dos 40 anos, há uma redução de aproximadamente 1% ao ano na produção de testosterona, o que pode provocar alterações físicas, sexuais, metabólicas e emocionais.
Sintomas do DAEM
Dentre os principais sintomas nesta fase, que frequentemente levam o homem ao consultório médico, estão:
- Redução da massa e da força muscular;
- Aumento da gordura corporal, especialmente na região abdominal;
- Diminuição da densidade óssea, favorecendo osteopenia e osteoporose;
- Fadiga, falta de disposição e queda de desempenho físico;
- Alterações de humor, irritabilidade, desmotivação e até sintomas depressivos;
- Queda da libido e disfunção erétil.
"Muitas vezes, esses sinais eram atribuídos ao envelhecimento natural, mas hoje se sabe que estão diretamente relacionados à queda dos níveis de testosterona", explica o Dr. Rodrigo Trivilato, membro da Sociedade Brasileira se Urologia.
Diagnóstico
Os profissionais diagnosticam o quadro ao associar os sintomas clínicos aos exames laboratoriais, especialmente à dosagem de testosterona total e livre. Além disso, o médico pode solicitar exames complementares, como hemograma, perfil lipídico, glicemia, PSA, hormônios do eixo reprodutivo (FSH e LH) e densitometria óssea, para avaliar a saúde do paciente de forma integral.
Tratamento
O tratamento pode envolver:
- Reposição hormonal com testosterona, indicada apenas em casos confirmados de deficiência. Pode ser administrada em gel, injeções intramusculares ou pellets implantados sob a pele.
- Estímulo ao eixo hormonal sem uso direto de testosterona, em casos de homens que ainda desejam ter filhos, utilizando medicamentos como o citrato de clomifeno.
- Mudanças no estilo de vida, incluindo prática regular de atividade física, emagrecimento, alimentação balanceada e sono adequado.
"É importante destacar que ninguém deve fazer reposição de testosterona de forma indiscriminada. O hormônio pode trazer benefícios quando corretamente indicado, mas também riscos quando utilizado sem necessidade, incluindo impacto na fertilidade", afirma Trivilato.
A importância do acompanhamento médico
O tratamento do DAEM deve ser individualizado e acompanhado por uma equipe multiprofissional, que pode incluir endocrinologista ou urologista, nutricionista e cardiologista. O acompanhamento é essencial para ajustar a terapia, reduzir riscos e promover melhora global na qualidade de vida.
Embora não seja possível evitar a queda natural de testosterona, manter hábitos saudáveis é fundamental para retardar seus efeitos e reduzir sintomas. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e controle de fatores de risco cardiovasculares contribuem para a saúde hormonal e metabólica.