Pet domesticado pode ter acesso à rua?
Essas saídas aparentemente inofensivas expõem os animais a diversos riscos a saúde Pet domesticado, seja gatos ou cachorros, quando têm acesso livre e sem supervisão à rua, podem enfrentar diversos riscos que muitas pessoas sequer imaginam. Para se ter noção, a expectativa para felinos que são saudáveis e vivem dentro de casa é, em média, […]
Essas saídas aparentemente inofensivas expõem os animais a diversos riscos a saúde
Pet domesticado, seja gatos ou cachorros, quando têm acesso livre e sem supervisão à rua, podem enfrentar diversos riscos que muitas pessoas sequer imaginam. Para se ter noção, a expectativa para felinos que são saudáveis e vivem dentro de casa é, em média, de 15 a 20 anos. Já para os gatos que saem para passear, a expectativa de vida é bem menor, cerca de 3 anos.
Os riscos
Marcela Barbieri, veterinária especialista em comportamento canino, explica que um animal que tem livre acesso à rua pode ter contato com vários patógenos, dentre eles:
- Vírus da Raiva - transmitido por meio de mordidas de animais infectados;
- Cinomose em cães - uma doença viral altamente contagiosa, que pode ser fatal);
- Leucemia Felina (FeLV) e Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) - doenças virais graves, transmitidas por meio de brigas ou contato com fluidos corporais de outros gatos infectados;
- Parvovirose - altamente contagiosa para cães e muitas vezes fatal, especialmente em filhotes não
vacinados;
"Já em relação aos parasitas, é provável que ocorra a infestação no cão de pulgas e carrapatos (que são os parasitas externos) e vermes intestinais. Fora isso, a ingestão de produtos e plantas tóxicas pode acontecer em lixo jogado nas ruas e até mesmo envenenamento feito por pessoas, infelizmente", conta a veterinária.
Sem noção de deslocamento
Marcela salienta a importância dos donos entenderem que um pet domesticado geralmente não sabe como se deslocar sozinho na rua e pode apresentar medo a determinados estímulos, como barulho no trânsito, obras, etc. "Isso pode resultar em pânico e a busca por correr e se refugiar em qualquer lugar. Nessa situação a chance de ocorrer um acidente como atropelamento e/ou quedas é muito grande."
Além disso, a veterinária explica que, na rua, os cães e gatos buscam pela sobrevivência. "Isso pode resultar em brigas e disputas de recursos que, muitas vezes, são fatais. Na clínica de emergência é comum aparecer casos de cães que brigaram na rua e tiveram fraturas, abcessos e até comprometimento ocular e auditivo. Infelizmente, como o socorro, muitas vezes, não é imediato, isso pode evoluir para um processo infeccioso grave", completa.
Pode-se optar pelo treinamento do pet domesticado
Outra opção importante é que o acesso à rua, em forma de passeio treinado e acompanhado pelo tutor, é extremamente válido para acostumar o cão a exercer comportamentos desejáveis. Isso é especialmente relevante no caso de ocorrer algum incidente, como a quebra ou falha da guia, ou até mesmo uma saída acidental do animal pelo portão. "Uma vez acostumado a focar no tutor durante o passeio e a atender ao chamado para voltar para perto, a segurança na rua aumente consideravelmente."
Além disso, durante um passeio saudável, o cão tem a oportunidade de socializar e exercitar o faro, atividades que são cruciais para a manutenção da saúde mental e física do animal. Por outro lado, é fato que o pet que nunca tem a chance de vivenciar passeios externos, quando eventualmente precisar, poderá estranhar a situação e até mesmo reagir de forma instintiva, tentando fugir ou se defender de qualquer estímulo que aparecer. Assim, a socialização regular torna-se essencial.