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Pacientes tocam instrumentos durante cirurgias no cérebro; saiba porque

Pacientes têm tocado instrumentos durante operações de retirada de tumores cerebrais e em procedimentos de estimulação cerebral profunda

2 nov 2025 - 14h41
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Na última semana, imagens da britânica Denise Bacon tocando clarinete durante uma cirurgia no cérebro chamaram a atenção nas redes sociais. Após a repercussão, pessoas de várias partes do mundo passaram a questionar o motivo de um paciente permanecer acordado em um procedimento tão delicado e se essa prática não oferece riscos à saúde.

Pacientes têm tocado instrumentos durante operações de retirada de tumores cerebrais e em procedimentos de estimulação cerebral profunda
Pacientes têm tocado instrumentos durante operações de retirada de tumores cerebrais e em procedimentos de estimulação cerebral profunda
Foto: Reprodução/Youtube / Bons Fluidos

Entenda o uso de instrumentos em cirurgias

De acordo com especialistas, os procedimentos cerebrais são, por natureza, potencialmente perigosos, podendo causar desde complicações comuns, como sangramentos e dores de cabeça, até impactos na cognição. Entretanto, esses riscos não aumentam necessariamente quando a cirurgia é realizada com o paciente acordado. Pelo contrário, a sedação leve, indicada em casos de tumores ou estimulação cerebral profunda (ECP), pode contribuir para maior precisão durante a operação.

"Você receberá anestesia na cabeça, para não sentir dor da incisão, além da sedação para um sono leve. Posteriormente, seu cirurgião e anestesista o acordarão durante a cirurgia e pedirão que execute algumas tarefas. Você pode precisar falar, mover uma parte do corpo, olhar para objetos ou lembrar de informações. Esse processo ajuda o cirurgião a evitar áreas importantes do cérebro durante a cirurgia", explica um artigo da Cleveland Clinic, um centro médico acadêmico norte-americano.

No caso de Bacon, diagnosticada com Parkinson, a técnica também contribuiu para a eficácia do tratamento, que tinha como objetivo recuperar sua capacidade de se movimentar. Isso porque, ao tocar o instrumento durante as quatro horas da ECP, foi possível ajustar com precisão a posição dos eletrodos em seu cérebro. Assim, garantiu que as atividades neurais voltassem a funcionar de forma regular.

"Lembro que minha mão direita conseguiu se mover com muito mais facilidade assim que a estimulação foi aplicada, e isso, por sua vez, melhorou minha capacidade de tocar clarinete. Eu fiquei encantada", disse Denise, em entrevista à Reuters. 

Avanços melhoram o processo de recuperação

Segundo profissionais, a presença de instrumentos musicais nas salas de cirurgia ainda reduz o risco de sequelas graves. Além disso, pode proporcionar melhores resultados no tratamento e uma recuperação mais rápida. Um exemplo é a experiência de um saxofonista italiano que, em 2022, retirou um tumor do cérebro e recebeu alta apenas três dias após a operação.

"A interação constante durante o procedimento permite ajustes em tempo real, garantindo melhores resultados tanto no aspecto clínico quanto funcional. Essa abordagem reflete os avanços da neurocirurgia moderna, que alia tecnologia, precisão e cuidado centrado no paciente. A cirurgia com paciente acordado é um exemplo de como a medicina pode evoluir para oferecer soluções mais eficazes e personalizadas para condições neurológicas desafiadoras", afirmou o neurocirurgião Mário Henrique Santana, em seu site.

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