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O que é sinestesia e o que ela causa no cérebro humano?

Considerada uma condição neurológica, a sinestesia atinge cerca de 4,4% pessoas ao redor do mundo; entenda como ela altera o cérebro

18 ago 2025 - 13h12
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A sinestesia é uma condição neurológica rara que faz com que os sentidos se misturem, permitindo que uma pessoa perceba uma experiência sensorial através da outra. Quem tem sinestesia, por exemplo, pode ver cores ao ouvir sons, sentir sabores ao ler palavras ou até perceber toques quando observa alguém sendo tocado.

Você já ouviu falar na sinestesia? A condição neurológica pode trazer alterações na memória, criatividade e aprendizado; saiba mais
Você já ouviu falar na sinestesia? A condição neurológica pode trazer alterações na memória, criatividade e aprendizado; saiba mais
Foto: Reprodução: cottonbro studio/Pexels / Bons Fluidos

Embora já tenha sido associada a alguns transtornos do neurodesenvolvimento, a sinestesia não é considerada uma doença. Pelo contrário: cada vez mais pesquisas apontam que ela traz benefícios importantes, principalmente para a memória, a criatividade e o aprendizado.

Uma condição rara e fascinante

Estima-se que apenas 4,4% da população mundial tenha sinestesia. A condição costuma se desenvolver ainda na infância e possui cerca de 60 variações. Entre as mais comuns estão a sinestesia grafema-cor (quando letras e números são associados a cores) e a sinestesia gustativa (quando palavras ou sons são percebidos com sabores). Pesquisadores acreditam que a origem esteja em fatores genéticos, que afetam a forma como o cérebro se organiza estrutural e funcionalmente.

Sinestesia e o aprendizado de idiomas

Pesquisas recentes mostram que a sinestesia pode ser uma grande aliada no aprendizado de línguas. Dois estudos ilustram bem esse potencial. O primeiro, realizado na Universidade de Sussex (Reino Unido), analisou 6 mil crianças entre 6 e 10 anos. O resultado revelou que as crianças sinestésicas apresentaram melhor desempenho em testes de vocabulário, memória de curto prazo, atenção a detalhes e criatividade, em comparação com crianças que não tinham a condição.

O segundo estudo, conduzido na Universidade de Toronto (Canadá), mostrou que adultos com sinestesia grafema-cor se saíram muito melhor na tarefa de distinguir padrões entre duas "línguas artificiais". Segundo os pesquisadores, a explicação está no chamado aprendizado estatístico - a habilidade de identificar padrões, essencial para aprender idiomas. Como os sinestésicos vivenciam padrões em mais de um sentido, eles ganham uma "dica extra" que facilita a memorização e a diferenciação de sons e palavras.

Além da ciência: sinestesia na literatura

Vale lembrar que o termo também aparece na literatura, como uma figura de linguagem. Nesse caso, trata-se do uso estilístico da mistura de sensações - como em expressões que unem diferentes sentidos, a exemplo de "um perfume doce" ou "um som áspero". Muito empregada no Simbolismo, a sinestesia poética continua sendo um recurso comum em músicas e poemas até hoje.

A sinestesia mostra como o cérebro humano é criativo e diverso. Para alguns, é uma experiência sensorial única; para outros, um recurso cognitivo poderoso. E, à luz da ciência, já sabemos que essa rara condição pode trazer vantagens significativas na aprendizagem e no desenvolvimento da memória.

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