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Fio elástico revolucionou a moda há 50 anos

26 mar 2009 - 14h33
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Faça um rápido exercício de imaginação e pense em vestir um biquíni feito só de náilon, uma lingerie de malha de algodão, ou fazer ginástica de legging de helanca. Difícil, não? Pois bem, hoje todas as peças citadas e várias outras trazem na sua composição um fio que revolucionou a moda há 50 anos, quando foi inventado: a Lycra, fibra sintética elástica e resistente, que virou sinônimo de elastano, nome genérico do filamento que dá origem ao produto.

Usada antigamente somente em lingeries, a lycra está presente desde roupas de ginástica até jeans
Usada antigamente somente em lingeries, a lycra está presente desde roupas de ginástica até jeans
Foto: Getty Images


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Para comemorar, a empresa Invista, que produz o material, realiza nesta quinta-feira em São Paulo, festa com pessoas que de alguma forma estiveram ligados à sua evolução nos últimos anos no Brasil, como estilistas, donos de tecelagens e de confecções de marcas esportivas e de moda praia. "Tenho apenas 49 anos e fica difícil imaginar uma vida sem o fio Lycra. Não que eu seja um esportista e nem que queira valorizar as formas do meu corpo, mas penso: o que seria de mim sem o conforto que esta inovação me proporciona?", diz o estilista Walter Rodrigues, um dos que estarão presentes no evento na Casa Fasano.

No fim dos anos 1950, quando foi criado, o material passou a ser usado apenas em lingerie e meias. E para perceber o que significou esta evolução ¿ ou revolução -, basta imaginar vestir hoje uma meia sem o fio. Depois do lançamento de Lycra, as meias de náilon, que eram presas por cintas-liga, foram aposentadas.

O produto substituiu a borracha que era usada apenas como elástico em algumas partes das roupas. É mais resistente e durável que a borracha, suportando uma tensão de duas a cinco vezes maior. É também um terço mais leve, além de ser mais elástico, com capacidade de esticar em até sete vezes e voltar ao tamanho original sem perder a forma.

Outras áreas
De lá pra cá, o fio passou a ser usado em outros segmentos, principalmente em peças esportivas e na moda praia, participando ativamente nas mudanças de costumes, que acompanharam a forma de se vestir de várias gerações.

Nos anos 1980, com a valorização da boa forma física e a popularização dos esportes, a moda começa a apostar em peças mais ajustadas ao corpo. Surgem então os shortinhos justos, os colantes, as polainas, as blusas e os tops justos. E isso vale tanto para homens e mulheres. "Lycra gerou uma mudança radical a partir dos anos 1980, pois a vida passou a ser mais ativa, além do aumento da prática esportiva. A fibra reflete o dinamismo da época contemporânea", diz a consultora de moda e empresária Costanza Pascolato.

Outro grupo que ajudou a popularizar o material foram as bandas de rock da década, que usavam leggings justíssimas, num tecido que levava Lycra, mas que ficou também conhecido como spandex, sinônimo de elastano. Não foi apenas na moda que o material fez história. Usado desde a década de 1960 em roupas especiais para a prática de esportes, a primeira aplicação foi nos uniformes de esqui nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Grenoble, França, em 1968.

Com o passar do tempo, novas tecnologias foram incorporadas ao fio como os mais finos para uso em lingerie e os que têm mais resistência ao cloro, mantendo a cor e a forma da peça por mais tempo. Na década de 1970, foi a vez do jeans aparecer com Lycra. E hoje a calça não precisa ser justa para ter elastano. Todas trazem uma pequena quantidade do material, mesmo as peças masculinas.

A marca
O fio Lycra também transformou-se em um case de marca no Brasil e no mundo. Seu uso foi tão popularizado que seu nome tornou-se substantivo comum, sendo usado para definir qualquer material que contém elastano. Atualmente, Lycra é marca registrada da Invista, empresa fabricante de matéria-prima, presente em mais de 20 países.

Para diferenciar seu produto dos demais, a empresa, antiga DuPont, patrocinou diversas edições do São Paulo Fashion Week e seus estilistas, além de fazer campanhas publicitárias e eventos, como desfiles de moda. Uma ação pioneira, realizada em 2003, foi a abertura do Hotel Lycra, projetado para ser restaurante, loja e galeria de arte. O nome "hotel" era apenas uma alusão ao espaço que "hospedava" todas essas áreas.

O projeto, totalmente inédito, foi concebido no Brasil, sendo referência para projetos em outras capitais do mundo da moda. Em um ano de vida, recebeu a visita de mais de 120 mil pessoas. O resultado de tudo isso é que Lycra é hoje marca reconhecida inclusive pelos dois principais dicionários da Língua Portuguesa, o Houaiss e o Aurélio.

Fonte: Redação Terra
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