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Padre Fabio desabafa sobre depressão: "Há muita ignorância no trato com pessoas depressivas"

Em post no Instagram, Padre se abre sobre a doença que o atingiu há um ano

30 jul 2018 - 15h30
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Apesar de ser uma doença, a depressão ainda é tratada com muitos estigmas. Não é incomum ouvir que, para vencê-la, basta fazer esforço para manter a cabeça com pensamentos positivos. Padre Fabio de Melo compartilhou uma imagem que contesta esse senso comum. Na legenda, ainda se abriu sobre a doença, que o atingiu há um ano. "Há muita ignorância no trato com pessoas depressivas", desabafou o sacerdote.

Uma publicação compartilhada por pefabiodemelo (@pefabiodemelo) em 27 de Jul, 2018 às 2:04 PDT

Em agosto do ano passado, Padre Fabio revelou que sofria de síndrome do pânico. Na ocasião, em um programa de rádio, ele explicou o problema e disse ser aberto para dividir esse tipo de assunto com os seguidores. "Eu sou extremamente aberto a contar minhas fraquezas. Não tenho medo da minha humanidade", disse.

No último post sobre o assunto, feito na sexta-feira (27), ele ainda revelou o quadro depressivo e pediu para que as pessoas se atentassem à sua tristeza.

"Há um ano eu enfrentei crise do pânico e um quadro depressivo. Foi o pior momento da minha vida. Aprendi muito com tudo o que vivi. Tristeza não é doença, mas quando se estende no tempo, pode ser. É preciso estar atento à duração dela em nós. Há muita ignorância no trato com pessoas depressivas. É comum escutar que é frescura, exagero, falta do que fazer. Quando de fato se trata de um quadro depressivo, não, não é. Só quem sofre sabe", escreveu ele.

Sintomas físicos da depressão

O corpo e a mente são um só. E, por isso, quem convive com a depressão também acaba tendo problemas físicos. Alguns sinais de que algo não vai bem são mais comuns.

Problemas digestivos

Quando o individuo está em depressão, há uma baixa na produção dos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina. "Esses mediadores são responsáveis pela modulação da dor e também pelo equilíbrio emocional, portanto um paciente depressivo apresenta maior sensibilidade à dor", explica a psicóloga e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP).

A dor na parte gastrointestinal é muito comum em depressivos. Segundo a especialista, há muitas vezes a ocorrência da síndrome do intestino irritável, que causa dores abdominais, flatulência e mudanças do hábito intestinal.

Dor de cabeça

A depressão também pode motivar dores do tipo cefaleia. "Há o cenário que chamamos de somatização, no qual o indivíduo com depressão acumula sintomas emocionais, frustrações, medos e inseguranças e descarrega no corpo", afirma a psicóloga Priscila.

Distúrbios do sono

Distúrbios do sono são bem comuns: ou o paciente dorme demais, buscando no sono uma fuga da realidade, ou não consegue dormir, por não conseguir se desligar dos problemas que o levaram a depressão. Em ambos os casos, o resultado é um sono de má qualidade. "O paciente não se recupera o suficiente para as atividades que deve exercer, o que explica a piora da do rendimento e da produtividade", lembra o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia.

Tensão na nuca e nos ombros

Como consequência do processo de somatização, o paciente depressivo fica constantemente em estado de alerta - e isso se reflete em tensão na musculatura, principalmente da nuca e ombros.

Cansaço ou fadiga

"A falta da produção adequada dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina gera uma prostração muito grande em pacientes", conta Priscila Gasparini Fernandes. O resultado são sintomas como fraqueza, cansaço, falta de ânimo e falta de iniciativa para executar qualquer atividade.

Mudanças no apetite e no peso

A depressão é frequentemente associada a transtornos alimentares. Isso porque a doença leva a alterações no apetite, podendo ocorrer a falta ou o excesso deste, culminando em perda ou ganho de peso. "As reações são individuais, é necessário apenas observar que o comportamento não está normal para aquela pessoa e orientá-la a buscar ajuda", explica a psicóloga Patricia.

Dores no corpo

Pacientes com depressão muitas vezes se queixam de dores generalizadas e persistentes no corpo todo, principalmente nas costas e peito. "Os sintomas de fadiga e cansaço próprios do quadro depressivo acabam comprometendo uma postura adequada quando o indivíduo tenta realizar suas atividades diárias, piorando a sensação de tensão e dores musculares", explica psiquiatra Luis. Sedentarismo e a falta de atividades físicas podem tornar o quadro ainda mais intenso.

Imunidade baixa

A depressão leva o indivíduo à prostração - ele não se sente bem fisicamente e mentalmente. Isso pode, de maneira indireta, interferir na imunidade. "Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa", diz Priscila Gasparini Fernandes. Além disso, a tristeza e falta de iniciativa para realizar atividades pode fazer com que o paciente não tome os devidos cuidados com a saúde, adotando comportamentos de risco como ingestão excessiva de álcool, tabagismo, uso de drogas, má alimentação e sedentarismo - todos fatores que interferem diretamente na imunidade, deixando o indivíduo mais vulnerável a infecções oportunistas, como gripes, resfriados e herpes.

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