Entenda a doença que acomete mulher que socorreu motorista após acidente de helicóptero

Na segunda-feira passada (11/02), o Brasil presenciou mais uma tragédia com a queda de um helicóptero na Rodovia Anhanguera, que matou o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci. Além disso, o caminhoneiro João Adroaldo também esteve envolvido no acidente, ficando preso nas ferragens do caminhão em que dirigia.

A vendedora Leiliane Rafael da Silva, 28 anos, passava pelo local e não pensou duas vezes quando foi prestar socorro ao motorista ferido. Pessoas que passavam pelo local filmaram a cena e a mulher acabou ganhando fama. Mas o que ninguém imaginava é que a "mulher maravilha" não podia passar estresse e tampouco fazer esforço, isso porque sofre de uma doença rara chamada de Malformação Arteriovenosa (MAV).

De acordo com a especialista Germana Titoneli dos Santos, médica neurorradiologista do Grupo Fleury, a malformação arteriovenosa é uma anomalia vascular congênita, que constitui em múltiplas artérias e veias que se comunicam diretamente sem interposição do sistema capilar. Com isso, artérias e veias podem vir a se romper.

Leiliane soube da doença em novembro do ano passado, pouco tempo depois de dar à luz a Livia, que tem 4 meses. "Os sintomas mais frequentes são cefaléia e crises convulsivas. Em 50% dos casos, há sangramento em algum momento. Quando isso ocorre, as condições clínicas envolvem forte cefaleia, déficits neurológicos focais e rebaixamento do nível de consciência", explica Germana.

Segundo a médica do Fleury, o diagnóstico da MAV é feito por meio de estudo tomográfico do encéfalo, com contraste e ressonância magnética, para localizar o conglomerado de vasos anômalos. Além disso, os tratamentos disponíveis são radioterapia ou radiocirurgia, além de cirurgia e procedimento endovascular.