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Século XXI ainda tem legião de "desconectados" por opção

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Se você acha impossível viver sem celular, computador ou ter um milhão de amigos no Orkut ou no Facebook, saiba que existe muita gente que tem aversão a esses novos apelos tecnológicos. Sim, no fim da primeira década do século 21 existe uma legião de desconectados. Por opção. Parece impossível, mas não é, apesar dos números expressivos de celulares em solo nacional: 181.676.776. Ou seja, número igual a 95,82% da população. Fazem parte dos 4,18% restantes não apenas aqueles sem recursos econômicos para adquirir um aparelho, mas uma gama de "desplugados" que ninguém acreditaria que não tem sequer um celular ou uma conta de email.

» "Não sou uma vítima da tecnologia",
afirma Ronnie Von

» "Não sinto a menor falta de tudo isso",
diz João Braga

» "Meu Twitter é falso", afirma o professor Pasquale
» "Nem sei o número do meu celular",
diz superintendente da Caras

» vc repórter: mande fotos e notícias


Apesar de quase (disse quase) todos terem uma conta de email, manter distância de celulares é um ato deliberado por pessoas como o apresentador Ronnie Von, o professor Pasquale Cipro Neto, o superintendente da revista Caras Edgardo Martolio, e o professor e historiador de moda João Braga, cujo computador de casa é de 1998 e não funciona há anos.

Eles não fazem parte daquelas pessoas que, no Brasil, passam 82 horas por semana utilizando diversos tipos de mídia e de entretenimento tecnológico, que vão de computadores a celulares. Os dados são de recente pesquisa da consultoria Deloitte, que apontou ainda que os brasileiros gastam três vezes mais tempo por semana conectados à internet do que assistindo à TV. Dos 9 mil entrevistados, 1.022 moravam aqui, os demais eram americanos, japoneses, alemães e britânicos.

Os desconectados por opção também não correm perigo de terem crise de ansiedade à toa, como ocorre com 68% dos norte-americanos, quando estão distantes de seus computadores ou celulares, segundo estudo feito no ano passado pela empresa Solutions Research Group. Dos pesquisados, 80% afirmaram que sempre carregam o celular consigo e o deixam ligado. E, pior, 60% confessaram que usam o Blackberry até mesmo no banheiro.

Conclusão: achar esses pesquisados é tarefa fácil, afinal basta ligar no celular. Não foi o caso desta reportagem, em que algumas perguntas foram mandadas por email e outras entrevistas foram feitas apenas quando o entrevistado deu retorno ao recado deixado na secretaria eletrônica do telefone fixo. Se alguns usam a internet em maior ou menor proporção, outros não chegam nem perto de tais tecnologias. A justificativa principal é não ficar escravizado ao aparelho ou ter de atender ligações fora de hora. "Não nego os benefícios da tecnologia, mas não quero ser escravo dela como todo mundo é", afirmou o professor João Braga.

Outro ponto em comum é a falta de educação que o celular acabou incorporando no comportamento das pessoas. "Hoje, as pessoas são capazes de pedir licença durante um almoço para atender uma ligação ou passar e-mail. Isso é falta de educação", disse o apresentador Ronnie Von. Da mesma opinião é o jornalista argentino Edgardo Martolio, da revista Caras. "Já almocei com pessoas que colocaram até três celulares sobre a mesa e atenderam a cinco ligações." O professor Pasquale até tem um celular, mas não o usa há anos: é só para emergência. E agora se vê às voltas com um perfil falso no Twitter. "Não fui eu que criei."

Gerações diferentes
"Acho que há espaço para diversos tipos de vida. Alguns, mais velhos, pré-internet, podem escolher ficar de fora desse mundo eletrônico. Mas certamente os novos, ou aqueles que precisam começar a marcar uma presença profissional e global (em termos de contatos e relacionamentos que se estendem por países) têm necessariamente de entrar nas novas tecnologias", afirmou Virgílio Fernandes de Almeida, professor-titular do departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais.

Segundo ele, vivemos um processo de troca de gerações pré e pós-internet. "Os meninos/meninas abaixo de 22 anos nasceram depois da internet comercial (1996) e já no meio do boom de games e PCs. São naturalmente acostumados a isso. Fazem múltiplas tarefas ao mesmo tempo, o que faz parte dessa nova geração", disse o professor. "Às vezes há exageros (atender celulares em lugares inadequados, cinema, consultório médico, dentro de um ônibus), mas acredito que o uso vai se ajustando e havendo também um processo de educação."

Veja nos links acima o depoimento dos "desconectados" sobre suas decisões de não usarem celulares em todos os casos, e outras tecnologias em alguns.

Fonte: Especial para Terra
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