Saiba como deve ser a relação entre pai e filho no trabalho
Além das obrigações paternas dentro de casa, alguns chefes de família também fazem o papel de patrões de seus filhos no horário comercial. A dupla função pode até parecer fácil num primeiro momento, principalmente se for levada em consideração a intimidade dos dois envolvidos. Mas nem sempre é assim, por isso é fundamental ter cautela e discernimento para que os patriarcas não façam da empresa uma extensão da sua casa e nem criem certo favorecimento devido ao grau de parentesco.
Afinal, muitas vezes, numa firma de pequeno e médio porte, é comum o progenitor ceder ao filho um cargo de confiança, mesmo que ele ainda não tenha desenvolvido conhecimentos e habilidades necessários para exercer com competência as funções solicitadas. Essa prática, além de não ajudar o futuro sucessor a crescer profissionalmente, ainda pode frustrá-lo e desencadear uma série de problemas dentro do ambiente corporativo, como competitividade exacerbada, ruído na comunicação e problemas de relacionamento com os demais funcionários.
“É lógico que os filhos vão herdar o negócio dos pais. Porém, é preciso ter consciência de que, muitas vezes, a prole ainda não está preparada para um cargo de gerência ou nem saiba como tomar uma decisão numa fase de crise. Por isso, é importante ter paciência no crescimento profissional do sucessor”, alerta Evando Freitas, sócio-diretor da HG Recursos Humanos, de São Paulo.
A boa relação entre o pai patrão e o filho herdeiro também é essencial para criar um ambiente de negócios prazeroso e saudável. Para isso, o chefe não precisa tratar o rebento de maneira formal. “Ele pode abraçar, cumprimentar e conversar normalmente. Isso é natural e até mostra quão forte é o grau de afinidade entre os dois”, explica Evando. O que não pode, no entanto, é ficar batendo papo no corredor como se os dois estivessem em casa ou chamar um ao outro por apelidos. “Apesar de o grau de parentesco ser do conhecimento de todos os funcionários, o pai precisa chamar o filho pelo nome para dar seriedade ao relacionamento”, ressalta.
Cargo do filho
Para conquistar o seu espaço dentro do ambiente corporativo e o respeito de seus colegas, os filhos dos donos precisam ter postura profissional e mostrar que sua escolha ao cargo foi feita devido às suas competências. “Se o pai puder custear o filho em outro país para que ele observe como funciona o mercado e traga novidades e boas ideias, será um bom investimento agregador”, completa. Além disso, o pai não pode esquecer-se de deixar o rebento livre para tomar suas próprias decisões e ocupar o seu lugar.