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Consumo de adoçantes pode estar ligado a declínio cognitivo, mostra pesquisa da USP

Estudo mostra que consumidores de adoçantes de baixa e nenhuma caloria (AELCNs) teriam 1,6 ano de envelhecimento mental antecipado

3 set 2025 - 18h19
(atualizado às 18h23)
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Resumo
Pesquisa da USP associa o consumo de adoçantes de baixa e nenhuma caloria ao declínio cognitivo mais rápido, especialmente em memória e fluência verbal, com impacto maior em pessoas com diabetes.
Adoçante em pó e em pastilha
Adoçante em pó e em pastilha
Foto: Hendrik Schmidt / Getty Images

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que pessoas que consomem adoçantes de baixa e nenhuma caloria (AELCNs) têm, em média, 1,6 ano de envelhecimento mental antecipado em relação às pessoas que não consomem.

A pesquisa realizada nos últimos oito anos avaliou dados de 12.772 servidores públicos que tinham pelo menos 35 anos de registros nos bancos de dados governamentais. A idade média deles na conclusão do estudo era de 52 anos. 

O consumo de aspartame, sacarina, acessulfame K, eritritol, sorbitol e xilitol foi associado a um declínio mais rápido na cognição global, particularmente nos domínios de memória e fluência verbal. 

Essas substâncias são encontradas principalmente em alimentos ultraprocessados, como águas saborizadas, refrigerantes, bebidas energéticas, iogurtes e sobremesas de baixa caloria. Alguns também são utilizados como adoçantes de uso individual para todo tipo de bebidas e receitas.

Cliente escolhe adoçante em prateleira de mercado
Cliente escolhe adoçante em prateleira de mercado
Foto: Jeff Greenberg/Universal Images Group / Getty Images

“Adoçantes de baixa ou nenhuma caloria são frequentemente vistos como uma alternativa saudável ao açúcar. No entanto, nossos achados sugerem que certos adoçantes podem ter efeitos negativos sobre a saúde cerebral. Observamos que pessoas que consomem maiores quantidades de adoçantes tendem a apresentar um declínio cognitivo mais rápido, especialmente aquelas com diabetes. É importante destacar, porém, que o estudo não estabelece relação de causa e efeito”, detalhou a autora do estudo, professora Dra. Claudia Kimie Suemoto, docente da disciplina de Geriatria da FMUSP.

Como foi feita a pesquisa

Todos os servidores foram divididos em três grupos com base em seus consumos totais de adoçantes.

Aqueles que ingeriam maiores quantidades (média de 191 mg/dia) apresentaram um declínio cognitivo 62% mais rápido em memória e habilidades de pensamento em comparação com os que consumiam menos (média de 20mg/dia). Esse efeito corresponde a 1,6 ano de envelhecimento cerebral antecipado. Já o grupo intermediário, que consumiu uma média de 64 mg/dia, apresentou queda 35% mais rápida, o que equivale a 1,3 ano.

Situação de vulnerabilidade

Ao analisar os resultados por idade, os pesquisadores verificaram que pessoas com menos de 60 anos que consumiram as maiores quantidades de adoçantes apresentaram declínios mais rápidos na fluência verbal e na cognição geral, em comparação com aquelas que consumiram menores quantidades. 

Já o diabetes foi apontado como um fator associado a um declínio mais rápido entre os participantes que consumiam maiores quantidades de adoçantes.

“Embora tenhamos encontrado associação com declínio cognitivo em pessoas de meia idade, com ou sem diabetes, são as pessoas com diabetes que tendem a usar adoçantes artificiais com mais frequência como substitutos do açúcar.Precisamos de mais pesquisas para confirmar esses resultados e avaliar se outras alternativas ao açúcar, como purê de maçã, mel, xarope de bordo, ou açúcar de coco, podem ser opções eficazes”, completou Claudia.

O estudo foi publicado na Neurology, revista médica da American Academy of Neurology, nesta quarta-feira, 3.

Fonte: Redação Terra
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