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Primeiro beijo na boca aconteceu há 21 milhões de anos, dizem cientistas

Pesquisa revela que o beijo é muito mais antigo do que se imaginava: o gesto pode ter surgido há mais de 21 milhões de anos

24 nov 2025 - 12h24
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O beijo está presente em romances, filmes e na vida cotidiana de milhões de pessoas. Mas ele vai muito além da expressão de afeto entre humanos: macacos se beijam, ursos polares também, e até algumas aves usam o gesto para demonstrar vínculos. Agora, uma pesquisa conduzida por cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos lança luz sobre a origem desse comportamento tão antigo.

Um novo estudo indica que o beijo tem origem ancestral, presente em grandes símios e possivelmente em neandertais; entenda
Um novo estudo indica que o beijo tem origem ancestral, presente em grandes símios e possivelmente em neandertais; entenda
Foto: Reprodução: Canva/Adrian Rodriguez / Bons Fluidos

Um hábito muito mais antigo do que imaginávamos

De acordo com o estudo, o beijo na boca teria aparecido há mais de 21 milhões de anos, sendo provavelmente praticado pelo ancestral comum dos grandes símios - grupo que inclui gorilas, chimpanzés, bonobos, orangotangos e nós, humanos. A pesquisa sugere ainda que os neandertais, que viveram até cerca de 40 mil anos atrás, também se beijavam. Mais do que isso: há indícios de que humanos e neandertais podem ter trocado beijos durante os períodos em que conviveram.

O que exatamente é um "beijo" para a ciência?

Para comparar espécies tão diferentes, os pesquisadores precisaram estabelecer uma definição clara (e pouco romântica) do gesto. No estudo, publicado na revista Evolution and Human Behaviour, o beijo é classificado como um contato boca-a-boca, não agressivo, "com algum movimento dos lábios ou partes da boca e sem transferência de alimento".

A partir desse critério, comportamentos semelhantes ao beijo foram identificados não só em primatas, mas também em lobos, cães-da-pradaria, albatrozes e até ursos polares, que se beijam de maneira intensa - com direito a bastante língua, segundo os cientistas.

Com base nesses registros, a equipe montou uma espécie de árvore genealógica para rastrear como o gesto pode ter se desenvolvido ao longo de milhões de anos. A conclusão foi clara: "achamos que o beijo provavelmente evoluiu há cerca de 21,5 milhões de anos nos grandes símios", explicou Matilda Brindle, bióloga evolutiva da Universidade de Oxford e autora principal do estudo.

Outro detalhe curioso: uma pesquisa anterior mostrou que humanos modernos e neandertais compartilhavam uma bactéria presente na saliva. Isso indica que houve troca de saliva "por centenas de milhares de anos após a separação das espécies", segundo Brindle - o que reforça a possibilidade de beijos entre os dois grupos.

Mas… por que beijamos?

Apesar de identificar quando o beijo surgiu, o estudo ainda não cravou por que ele apareceu. Existem, porém, algumas hipóteses:

  • Avaliação de parceiros: o beijo pode ajudar os animais a avaliar saúde, cheiro, compatibilidade e até sinais de fertilidade;
  • Facilitação da reprodução: em humanos, o beijo romântico pode aumentar a excitação e criar condições fisiológicas mais favoráveis à fecundação;
  • Fortalecimento de vínculos: o beijo não sexual pode ter origem em comportamentos de cuidado e higiene entre animais. Nos chimpanzés, por exemplo, beijos ajudam a reparar conflitos - eles literalmente "se beijam e fazem as pazes".

O beijo é cultural ou biológico?

Apesar de aparecer em muitos animais, o beijo romântico não está presente em todas as sociedades humanas. Registros antigos mostram que ele era praticado na Mesopotâmia e no Egito há pelo menos 4.500 anos. Ainda assim, ele só aparece documentado em cerca de 46% das culturas. O que levou alguns especialistas a sugerir que se trata de um fenômeno cultural relativamente recente.

No entanto, ao observar que chimpanzés, bonobos, orangotangos e possivelmente neandertais também beijavam, os pesquisadores reforçam a hipótese de que o gesto tem raízes muito mais profundas, anteriores até mesmo aos primeiros seres humanos.

Um gesto ancestral que ainda guarda mistérios

Embora o novo estudo não tenha conseguido determinar como o beijo evoluiu após surgir nos símios ancestrais, ele marca um passo importante para entender a complexidade emocional e social por trás desse comportamento. "É importante entender que esse é um comportamento que compartilhamos com nossos parentes não humanos", afirma Brindle. Isso reforça que o beijo merece ser estudado com seriedade, e não apenas visto como um gesto romântico.

Afinal, o beijo pode ter sido uma ferramenta essencial para criar laços, avaliar parceiros e fortalecer grupos ao longo de milhões de anos. Um gesto simples que carrega, na verdade, uma história profunda - e surpreendentemente antiga.

Bons Fluidos
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