O que se sabe sobre distúrbio que fazia mulher ver rostos demoníacos nas pessoas?
Após a realização de diversos exames, médicos chegaram à conclusão que essa condição foi causada por lesões cerebrais congênitas e atividades elétricas atípicas
Um distúrbio neurológico extremamente raro, chamado prosopometamorfopsia (PMO), causou problemas a uma mulher da Holanda. Ela simplesmente via dragões coloridos no rosto das pessoas. Não era invenção nem loucura. Os portadores desta condição realmente enxergam faces distorcidas.
Desde a infância, a mulher, que não teve o nome revelado, via dragões. No entanto, somente aos 52 anos decidiu buscar ajuda médica. Ao chegar em uma clínica psiquiátrica de Haia, na Holanda, relatou aos médicos que conseguia ver os rostos das pessoas por algum tempo. Logo, ficavam escuros e começavam a se deformar: inicialmente cresciam orelhas pontiagudas, um focinho e os olhos começavam a aumentar e adquirir tons amarelos, verdes e azuis. Segundo relato á revista Lancet, a pele das pessoas também ficava com aspecto de réptil.
Prosopometamorfopsia: saiba mais sobre o distúrbio
A síndrome não é uma doença. Assim, pode ter como causas condições como enxaquecas, epilepsia, infecções e até a utilização de alguns remédios. No caso da paciente holandesa, médicos realizaram exames e afirmam que essa condição foi causada por lesões cerebrais congênitas e atividades elétricas atípicas. Portanto, qualquer alteração nos sinais elétricos dessa área do cérebro poderia resultar na percepção distorcida de rostos que, para a paciente, se manifestavam como dragões.
Tratamento e vida normal
Para amenizar os sintomas de sua paciente, os médicos prescreveram inicialmente ácido valpróico, um anticonvulsivo eficaz que, além de prevenir crises epilépticas, ajuda no alívio de enxaquecas e sintomas do transtorno bipolar. Por fim, este tratamento mostrou-se promissor, eliminando as alucinações das faces de dragões. Contudo, novas alucinações auditivas surgiram, levando os médicos a acrescentarem um medicamento utilizado em tratamentos para demência. Depois de 3 anos, as alucinações cessaram e, finalmente, ela pôde ter uma vida normal.
