Frio e enxaqueca: dicas para prevenir crises durante o inverno
Dra Thaís Villa, médica neurologista especialista em enxaqueca, explica os cuidados necessário
Termômetros em baixa acendem um alerta para cerca de 30 milhões de brasileiros, total da população no Brasil que sofre com enxaqueca, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
O ar seco e gelado típico do inverno pode ser um gatilho importante para desencadear crises em quem tem a doença. Uma condição neurológica crônica e hereditária, caracterizada pela hiperexcitabilidade do cérebro. Ao contrário de gatilhos como estresse ou alimentos estimulantes — que podem ser monitorados e evitados —, as condições climáticas estão completamente fora do nosso controle. Ou seja, são gatilhos inevitáveis, o que torna o frio um desafio real para quem sofre de enxaqueca.
Tem tratamento
Embora a enxaqueca não tenha cura, justamente por ser uma doença hereditária, é possível controlar seus sintomas. Inclusive as dores de cabeça intensas comuns da condição e incapacitantes na maioria das vezes.
A neurologista Thaís Villa, especialista no diagnóstico e tratamento da enxaqueca, fundadora do Headache Center Brasil, clínica pioneira e única no país no Tratamento 360º da doença, destaca que o controle da enxaqueca está no cuidado integrado e multidisciplinar, levando em conta as particularidades de cada paciente.
"O tratamento integrado entende as necessidades individuais de cada paciente, com foco total nele. É fundamental saber que, com o tratamento adequado, as chances de crise diminuem e a pessoa pode voltar a viver sem dor — como deve ser", afirma Thaís Villa.
Quanto antes tratar, melhor
Com o acompanhamento de profissionais de saúde especializados na doença, além do uso de terapias modernas e seguras — como a aplicação da toxina botulínica —, é possível reduzir a frequência e a intensidade das crises, melhorando significativamente a qualidade de vida do paciente.
A médica orienta que a pessoa com enxaqueca procure um neurologista e inicie o tratamento, que é complexo e tem muitas repercussões no paciente. Inclusive, complicações vasculares (como risco aumentado para AVC e infarto), além de perdas na qualidade de vida, como alterações do sono e de humor, tendência à ansiedade e a problemas cognitivos, entre outras.
"O tratamento integrado visa o controle dos sintomas e da doença. Deve combinar terapias com medicamentos de ponta e ajustes no estilo de vida, com acompanhamento de uma equipe multiprofissional, oferecendo atendimento de forma individualizada . Assim proporcionando bem-estar ao paciente por meio do controle da doença e dos sintomas que ela faz acontecer", completa Thaís Villa.