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Cérebro entende se uma comida é saudável em 200 milissegundos, diz estudo

Pesquisa revela que o cérebro processa informações sobre saúde e sabor quase ao mesmo tempo, muito antes da decisão consciente

29 out 2025 - 16h03
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Durante muito tempo, acreditou-se que o cérebro decidia o que comer a partir do prazer imediato: primeiro vinha o sabor, depois a reflexão sobre o valor nutricional da comida. A ideia era que as escolhas alimentares seguiam uma lógica emocional, e que a saúde ficava em segundo plano.

Estudo mostra que o cérebro reconhece se um alimento é saudável em menos de 200 milissegundos, desafiando a ideia de que o sabor vem primeiro
Estudo mostra que o cérebro reconhece se um alimento é saudável em menos de 200 milissegundos, desafiando a ideia de que o sabor vem primeiro
Foto: Reprodução: Canva/AndreyPopov / Bons Fluidos

Mas uma pesquisa recente da Universidade de Melbourne, na Austrália, publicada na revista científica Appetite, mostra que a história pode ser diferente. O cérebro é capaz de identificar o quão saudável é um alimento em menos de 200 milissegundos, praticamente no mesmo instante em que processa o sabor.

A mente reage antes do que imaginamos

No estudo, conduzido pela pesquisadora Violet Chae e sua equipe, 110 voluntários foram monitorados por eletroencefalografia (EEG) - tecnologia que registra a atividade elétrica cerebral com altíssima precisão. Enquanto observavam imagens de diferentes comidas na tela, os participantes usavam toucas com 64 sensores que captavam cada microsegundo de resposta do cérebro.

O resultado surpreendeu: as informações sobre saúde apareciam cerca de 195 milissegundos após o primeiro olhar para o alimento, com picos entre 200 e 227 milissegundos. Ou seja, em menos de um quarto de segundo, o cérebro já reconhece se algo é nutritivo. Ao mesmo tempo, ele avalia se é apetitoso.

Sabor e saúde caminham lado a lado

Os pesquisadores também analisaram uma amostra complementar de 421 pessoas, que avaliaram 120 tipos de comida em 12 atributos. Dentre eles, estão sabor, calorias, processamento, familiaridade e emoção associada. Essa comparação revelou duas dimensões principais de decisão:

  • A primeira, "quão apetitoso é o alimento", relacionada ao sabor, vontade de comer e familiaridade;
  • E a segunda, "quão processado" ele é, ligada ao teor calórico e ao nível de transformação do alimento.

Ambas as dimensões apareceram quase simultaneamente nas medições cerebrais. Isso mostra que o cérebro processa o prazer e a saúde de forma paralela, e não em etapas separadas, como se imaginava.

Um processo rápido e complexo

Segundo os pesquisadores, os primeiros milissegundos representam a fase de captura de atenção, aquele instante em que o alimento "chama o olhar". Logo depois, em janelas de tempo que vão de 375 a 670 milissegundos, ocorre uma avaliação mais profunda, quando o cérebro começa a pesar atributos como sabor, calorias, familiaridade e saudabilidade antes de formar uma decisão final. Em outras palavras, a mente faz um balanço completo de forma automática e muito mais rápida do que o pensamento consciente.

Somos mais conscientes do que pensamos

Esses resultados desafiam a ideia de que o ser humano é naturalmente programado para buscar gratificação imediata e ignorar o que é saudável. Na verdade, o cérebro reconhece instantaneamente os aspectos nutricionais, o que muda de pessoa para pessoa é quanto peso damos a essa informação no momento da escolha.

O que isso significa na prática? Saber que o cérebro avalia saúde e prazer ao mesmo tempo muda a forma como entendemos nossas decisões à mesa. Não se trata apenas de força de vontade, mas de atenção e intenção: quando treinamos o olhar para reconhecer o que nos faz bem, a mente aprende a priorizar o equilíbrio.

Bons Fluidos
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