Casamento sozinho ou com objetos: o que são sologamia e objectofilia?
Saiba mais sobre a sologamia, o movimento de quem escolhe casar-se consigo mesmo
Vestido branco, votos emocionados, convidados - e, às vezes, até bolo. Parece uma cena de filme romântico mas, neste caso, a noiva (ou noivo), pode estar realizando um casamento consigo mesmo… ou com um balão de festa, um boneco inflável e até com a Torre Eiffel. Apesar de improváveis, essas histórias são reais e têm despertado o interesse de psicólogos, sociólogos e, claro, de toda a internet. O que leva, afinal, uma pessoa a trocar alianças com um objeto - ou com o próprio reflexo no espelho?
A sologamia e o amor próprio
O movimento da sologamia, termo usado para descrever um casamento simbólico com o próprio "eu", ganhou força nos últimos anos. Celebridades como a italiana Laura Mesi e a britânica Sophie Tanner organizaram cerimônias completas para celebrar o amor-próprio.
O gesto é visto, por muitos, como um protesto bem-humorado contra pressões sociais: "Você não vai se casar?", "E os filhos?". Casar-se consigo mesma é uma forma de dizer: "Estou feliz assim e não preciso de ninguém para me completar".
Casamentos com objetos?
Se amar a si mesmo já é visto como ousadia por alguns, amar objetos eleva a discussão a outro nível. A americana Erika Eiffel ficou famosa em 2007 ao se casar, simbolicamente, com a Torre Eiffel. Ela também fundou uma comunidade chamada Objectum Sexuality International, para pessoas que se sentem afetivamente ligadas a objetos. Outros casos curiosos incluem: um homem japonês que se casou com um travesseiro de personagem de anime; uma mulher que oficializou sua união com um trem; e pessoas que vivem relacionamentos afetivos com balões de festa.
Além do casamento, há quem construa verdadeiras famílias com bonecos reborn, manequins e até personagens infláveis. Eles fazem jantares, tiram fotos em datas comemorativas e até saem para passear com seus "filhos de pano". Para muitos, é uma maneira criativa de suprir a solidão moderna - especialmente em um mundo hiper conectado, mas carente de relações reais.
O que a Psicologia tem a dizer?
Segundo especialistas, todo comportamento depende do contexto e da consciência que a pessoa tem do que está sendo feito. Se a ação é encarada com leveza e bom humor, não há motivo para preocupação. O alerta acende, no entanto, quando a pessoa abandona completamente as interações humanas e mergulha em relações fantasiosas, o que pode indicar questões mais sérias. Nesse caso, buscar apoio psicológico é essencial.
Por que esses casos estão se tornando mais comuns?
Vivemos em tempos de transformação nas relações e nos papéis sociais. A solidão crescente, o aumento da exposição nas redes sociais e a cultura do "seja você mesmo" criam espaço para novas formas de expressão - mesmo que elas desafiem padrões tradicionais. Para alguns, é considerado um protesto. Para outros, uma maneira legítima de preencher um vazio. E outros tantos, apenas uma forma diferente de se relacionar com o mundo.
Seja qual for a situação, algo é certo: o ser humano está sempre em busca de afeto, pertencimento e conexão. O importante é cultivarmos o respeito, a empatia e, quando necessário, procurarmos apoio para lidar com sentimentos e emoções.