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Cantar sozinho ou em grupo pode trazer benefícios para a saúde; veja quais

Cantar, principalmente em grupo, ativa respiração, reduz o estresse, fortalece vínculos e pode até apoiar processos de reabilitação, segundo pesquisas em musicoterapia

15 dez 2025 - 17h06
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Você sabia que cantar traz uma série de benefícios para a saúde do corpo e da mente? Isso porque a atividade, principalmente quando acontece em grupo, fortalece vínculos, ajuda o organismo a lidar melhor com o estresse e pode até contribuir para a respiração e para a qualidade de vida de quem convive com doenças crônicas.

Estudos apontam que cantar traz benefícios para saúde mental, respiração, coração e conexão social; entenda
Estudos apontam que cantar traz benefícios para saúde mental, respiração, coração e conexão social; entenda
Foto: Reprodução: Canva/Monkey Business Images / Bons Fluidos

Por que cantar mexe tanto com a gente

Quem estuda musicoterapia explica que cantar não é só "soltar a voz": é uma atividade que exige atenção, coordenação, respiração e emoção ao mesmo tempo. "Cantar é um ato cognitivo, físico, emocional e social", explica Alex Street, pesquisador do Instituto de Cambridge para Pesquisa de Musicoterapia, no Reino Unido. A instituição investiga como a música auxilia crianças e adultos na reabilitação após lesões cerebrais.

E existe um efeito social que chama atenção: mesmo pessoas tímidas costumam se sentir incluídas em um coral. Pesquisas mostram que indivíduos que não se conheciam podem criar conexão real depois de uma hora cantando juntos. É como se o grupo acelerasse um tipo de "pertencimento" que, na rotina, demora bem mais a acontecer.

O corpo sente: respiração, coração e até imunidade

Além do impacto emocional, o canto também traz mudanças físicas mensuráveis. Estudos apontam melhora de marcadores como frequência cardíaca e pressão arterial. Além disso, há indícios de que cantar em grupo pode influenciar o sistema imunológico de um jeito diferente de apenas ouvir música.

Uma das hipóteses é que o canto estimule o nervo vago, ligado às cordas vocais e à região posterior da garganta, estrutura importante para a regulação do estresse e do equilíbrio do organismo. Soma-se a isso a expiração longa e controlada, típica de quem canta, que pode favorecer a liberação de endorfinas ligadas a prazer, bem-estar e modulação da dor.

Por que cantar em grupo costuma ser ainda melhor do que cantar sozinho

Nem toda experiência de canto é igual. De modo geral, cantar com outras pessoas tende a gerar mais benefícios psicológicos do que cantar sozinho. E isso explica por que escolas, projetos educativos e iniciativas comunitárias usam a prática para apoiar cooperação, linguagem e regulação emocional em crianças.

Na saúde, o movimento é parecido: pesquisadores acompanham corais formados por pessoas com Parkinson, demência, sobreviventes de AVC e câncer, além de cuidadores. Em algumas condições, o canto pode ajudar a preservar habilidades que se tornam mais difíceis com o tempo, como a articulação das palavras no Parkinson.

O canto e o cérebro: um "atalho" para a reabilitação

Talvez a parte mais fascinante esteja no impacto neurológico. Cantar recruta áreas ligadas à linguagem, movimento, memória e emoção. Por isso, tem sido usado em reabilitação após AVC e lesões cerebrais, quando a fala foi afetada.

Há relatos marcantes, como o da ex-congressista Gabrielle Giffords, que reaprendeu habilidades de comunicação com apoio de músicas da infância. A ideia por trás disso é que o canto permite repetição sustentada e engajamento emocional, facilitando a criação de novas conexões neurais, o que conversa com o conceito de neuroplasticidade.

Em idosos, a ciência também observa possibilidades: "Há um número crescente de evidências sobre os benefícios cognitivos do canto em adultos mais velhos", disse Teppo Särkämö, professor de neuropsicologia da Universidade de Helsinque, na Finlândia. "Ainda sabemos pouco sobre o potencial do canto para retardar ou prevenir o declínio cognitivo, pois isso exigiria estudos de grande escala com acompanhamento por vários anos", ponderou ele.

No fim das contas, cantar é conexão

Cantar atravessa culturas e épocas por um motivo: ele junta gente, organiza a respiração, dá vazão à emoção e cria comunidade. Em um mundo cada vez mais mediado por telas, recuperar experiências coletivas simples (como cantar junto) pode ser uma forma acessível de bem-estar - sem performance, sem perfeccionismo, só presença. Talvez seja por isso que, ao redor da árvore (ou na sala, na cozinha, no carro), uma canção em coro continua tendo tanto poder: ela não é só música. É corpo, memória e vínculo, tudo ao mesmo tempo.

Bons Fluidos
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