Artista plástico transforma Kombis antigas em cadeiras
Alê Jordão usa partes da perua, que, depois de 56 anos, deixou de ser fabricada em 2013, para criar série de móveis
Poucos carros ocuparam tanto o imaginário popular quanto a Kombi. Um dos mais famosos carros do mundo, foi fabricado pela Volkswagen durante 56 anos, mas teve sua produção encerrada no último dia de 2013. Se depender do artista Alê Jordão, no entanto, o veículo vai ganhar novas e surpreendentes encarnações. A série de peças “Cars never die”, feitas com partes de carros usados, agora conta com uma série de cadeiras produzidas com partes de Kombis.
“Faço um trabalho de resgate dos carros, dou uma nova linguagem para eles”, explica Jordão, que começou a usar automóveis antigos como matéria-prima ainda na faculdade, em 1997. Primeiro, ele fazia esculturas, mas agora cria o que chama de “objetos-arte, que podem ser utilizados”. São cadeiras, poltronas e até skates.
Jordão, que já trabalhou com peças de outro ícone da indústria automobilística – os fuscas –, agora voltou-se à famosa perua: “A Kombi sempre foi um xodó do Brasil e do mundo, tem um apelo muito forte”. Para fazer as peças da nova coleção, Jordão utilizou três Kombis, que foram trabalhadas para dar forma às peças, mas sempre mantendo alguma característica do desenho original, como a grade da frente, uma das marcas registradas do modelo.
Entre os dias 8 e 13 de abril, o artista apresenta a série de cadeiras na Semana de Design de Milão – o mais badalado evento do gênero no mundo. Depois de Milão, Jordão vai continuar na Europa, levando suas peças ao país onde a Kombi nasceu: a Alemanha. Lá ele vai participar de exposições em Berlim e Munique. “Apesar de ser uma série de produtos, cada um é único, pois eu incorporo imperfeições como as dobras do material”, diz Jordão, cuja relação com as Kombis começou na infância: “Ia para a escola em uma”.
