Sem tabu: 5 medidas 'fora do padrão' que o SPFW pode adotar
A exemplo de outras semanas de moda, o SPFW pode aumentar a representatividade na passarela
Mais um SPFW se aproxima e a atenção estará voltada para as novas tendências de moda desfiladas pelas tops que cruzarão a passarela. Embora a moda se renove a cada estação, as modelos no centro dos flashes continuam majoritariamente jovens, magras, curvilíneas e brancas.
Em cima da passarela (e fora dela também) a moda é exclui. A não ser em raras exceções de desfiles que incluem modelos fora do padrão, e se tornam notícia internacional, o mundo da moda se mantém fechado.
No entanto, essas exceções, felizmente, têm se tornado mais frequentes, embora ainda em marcha lenta. As semanas de moda do Rio de Janeiro e de Nova York, por exemplo, organizaram desfiles com mulheres ‘fora do padrão’. Mesmo que sejam aparições raras e únicas, são pequenas mudanças.
Para o SPFW de 2015, listamos algumas medidas que a semana de moda poderia adotar nesta edição.
Moda sem idade
A não ser quando tops consagradas como Gisele Bündchen ou Naomi Campbell pisam na passarela, os desfiles são normalmente tomados por modelos jovens. Para quebrar com esse padrão, a estilista Raquel Davidowicz, da grife Uma, colocou mulheres mais velhas em seu desfile no SPFW em 2012. Em 2009, Ronaldo Fraga emocionou o público ao formar um casting somente com idosos e crianças. A jornalista de moda Laís Person, aos 86 anos, participou do desfile. Sobre a iniciativa, Fraga comentou que se sentia incomodado com a invisibilidade da jornalista que sempre assistia aos desfiles.
Modelos negras
As modelos negras são minoria nos desfiles, e, muitas vezes, não encontram espaço no mundo da moda. Em 2011, no Fashion Rio, o estilista Walter Rodrigues subiu sua coleção à passarela com um casting só de modelos negras. O próprio falou sobre a necessidade de “mudar a mentalidade das pessoas”. A modelo negra Winnie Harlow, que tem vitiligo, uma doença de pele que causa manchas no corpo, também se tornou porta-voz da diversidade no mundo da moda. Ela foi destaque do desfile da grife Desigual no NYFW, onde entrou como musa da marca.
Pessoas com deficiência física
A estilista americana Carrie Hammer está sendo a porta-voz das mulheres com deficiência física. Na semana de moda de Nova York de 2014, Danielle Sheypuk foi a primeira modelo em cadeira de rodas a cruzar a passarela do evento. Em 2015, a atriz Jamie Brewer se tornou a primeira pessoa com síndrome de Down a desfilar no NYFW. Carrie Hammer passou a ter essa iniciativa depois de receber uma carta de uma cliente que tinha uma filha com síndrome de Down e pediu ajuda em defesa das diferentes formas de beleza.
Moda sem tamanho
Na contramão das modelos magras, o estilista Rick Owens formou um casting inteiramente com mulheres plus size e em sua maioria negras para seu desfile na semana de moda de Paris. Em 2014, a grife Evans fechou a semana de moda de Londres com um desfile para tamanhos GG.
Sexualidade
A modelo transex Lea T foi eleita pela Forbes uma das 12 mulheres responsáveis por mudar a moda italiana. Ela desfilou no Fashion Rio de 2011 para a grife Blue Man. Também no Fashion Rio, a modelo transex Carol Marra cruzou a passarela quebrando os padrões. Na semana de moda do Rio de Janeiro e na de São Paulo, por dois anos seguidos, duas modelos se beijaram pela não repressão da sexualidade.