Negócio com Kering não afeta interesse na Armani, diz L'Oréal
Testamento citou grupo francês como possível comprador
O grupo francês L'Oréal, elencado como possível comprador da Giorgio Armani no testamento do estilista fundador da grife italiana, está "pronto para considerar" essa possibilidade.
A declaração foi dada pelo CEO da gigante de cosméticos, Nicolas Hieronimus, em entrevista ao jornal francês Le Figaro, após a companhia ter concluído a maior aquisição de sua história: a divisão de beleza do grupo Kering por 4 bilhões de euros (R$ 25 bilhões).
"A aquisição das atividades de beleza da Kering não muda nossa intenção de acompanhar a Armani", confirmou o executivo, acrescentando que a compra não tem qualquer impacto na "capacidade financeira" da L'Oréal.
O grupo francês detém o licenciamento dos produtos de beleza da marca italiana, cujas vendas atingem cerca de 1 bilhão de euros por ano (R$ 6,2 bilhões).
Em seu testamento, Armani determinou que uma fatia de 15% da grife comandada com mão de ferro por ele até sua morte seja vendida em até 18 meses, com prioridade para o conglomerado de moda LVMH (dono de marcas como Louis Vuitton, Christian Dior, Givenchy, Fendi e Tiffany), para a L'Oréal ou para a franco-italiana EssilorLuxottica, líder mundial no mercado de óculos.
Após essa etapa, os herdeiros terão de três a cinco anos a partir da abertura do testamento para ceder ao mesmo comprador uma fatia adicional de 30% a 54,9%, ou então abrir na capital na Bolsa em um período de cinco a oito anos, mantendo, em qualquer um dos casos, uma participação acionária de pelo menos 30,1%.