Heloísa Périssé: "Falar que mulher não pode ter cabelo comprido depois dos 50 é babaquice"

Aos 56 anos, a humorista, atriz e autora Heloísa Périssé compartilha com bom humor seu processo de amadurecimento: "Eu não envelheço, eu atualizo". A artista garantiu que "a mulher de 50 hoje é a de 30 em energia", reforçando o caldo das famosas que condenam o etarismo, em entrevista ao jornal "O Globo" publicada nesta quinta-feira (13).

"Essa história de que mulher não pode ter cabelo comprido ou sei lá o que depois dos 50 é pura babaquice", diz.

Périssé também contou mais detalhes de sua luta contra o câncer, um tipo raro nas glândulas salivares descoberto em 2019. Depois de 33 sessões, um período de isolamento que começou antes da pandemia e a sensação de morte eminente, hoje a atriz está curada. “Terminei o tratamento em frangalhos, como se tivesse sido atropelada por uma jamanta”.

Controle é ego

Mas a luta contra o câncer fez com que Périssé encarasse a vida com mais coragem: "Quando a gente perde o medo de perder, é que a vida acontece. Porque o medo é um um parasita. Por isso, deixo filho se foder um pouco. Fico na retaguarda, mas deixo. Crio minhas filhas para poder morrer tranquila. Controle é ego, é ilusão, é o que traz o sofrimento. Quando você vai contra, cria força oposta, mas ao se harmonizar, a coisa vai para o lugar que ela tem que ir".

O câncer deixou marcas irreversíveis no corpo da atriz, que perdeu movimentos na boca, ficando com o sorriso torno. "Tinha um sorriso muito aberto e bonito. Eu tenho saudades dele. Agora, tenho desejo de começar a me despedir da frente das câmeras, do palco e fazer o movimento de escrever as minhas histórias, dirigir, quem sabe?", projetou.

Transformando merda em adubo

E por falar em palcos... a comediante decidiu transformar a "merda em adubo” – palavras da própria Heloísa – e converter o processo de sofrimento em inspiração. No momento ela prepara o lançamento de sua nova peça "A iluminada”, escrita em colaboração com Alex Lerner, no Teatro XP, no Jockey Club do Rio de Janeiro.

Nos holofotes do palco ela interpretará Tia Doro, filha de uma mãe paranormal que inventou a “curomancia”, uma espécie de terapia que lê o ânus das pessoas ao invés de tarô ou mapa astral. Heloísa será dirigida pelo marido Mauro Farias, com quem está há mais de 20 anos.

"Se me perguntam se sou heterossexual ou homossexual, respondo: 'Sou maurossexual.' Focada nele. Agora, então, que voltei a fazer minha reposição hormonal... Acho que os Farias são bons na coisa, porque eu estou bem, Andréa Beltrão (casada com Maurício Farias) está bem, Paula Toller (com Lui Farias) é um fenômeno a ser estudado", brincou a atriz.

Novos projetos

Fora a peça, Heloísa Périssé estrei no próximo dia 27 a terceira temporada de "Cine Holliúdy" e está no ar participando da "Dança dos famosos”. Seu próximo projeto, o filme dramático "Ágape” também está em produção.