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A italiana que casou consigo mesma: o que é a nova onda da sologamia

Laura Mesi fez cerimônia de casamento com 70 convidados e nenhum noivo; instrutora física diz ser a primeira mulher a fazer isso em seu país, mas se casar consigo mesmo está na moda em outros lugares do mundo.

28 set 2017 - 11h28
(atualizado às 12h13)
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Laura Mesi realizou sua cerimônia de casamento com um vestido branco, um bolo de três andares, 70 convidados e nenhum noivo.

A italiana casou consigo mesma em uma cerimônia sem peso legal, ainda que, segundo ela, seja um símbolo de amor próprio.

"Acredito firmemente que, antes de tudo, devemos amar a nós mesmos", disse Mesi, instrutora física de 40 anos.

Laura Mesi cortando seu bolo de casamento
Laura Mesi cortando seu bolo de casamento
Foto: BBC News Brasil

"Você pode ter um conto de fadas sem o príncipe."

Mesi diz ser a primeira mulher a fazer esse tipo de celebração na Itália, mas sua iniciativa faz parte de uma tendência mais ampla de "autocasamento" - chamada de sologamia em outros países.

Quem apoia essas cerimônias diz vê-las como uma forma de amor próprio e aceitação, uma afirmação social que normalmente é reservada a casais.

Laura Mesi com suas damas de honra
Laura Mesi com suas damas de honra
Foto: BBC News Brasil

Mesi disse que a ideia de ter um casamento sozinha surgiu há dois anos, logo após o término de uma relação amorosa de 12 anos.

"Eu disse a meus amigos e familiares que, se não encontrasse a minha alma gêmea aos 40 anos, casaria comigo mesma", afirmou ao jornal italiano La Repubblica.

"Se algum dia eu encontrar um homem com quem eu possa planejar um futuro, ficarei feliz, mas a minha felicidade não depende dessa pessoa."

Em outros países

Em maio do ano passado, um italiano chamado Nello Ruggiero casou consigo mesmo em uma cerimônia na cidade de Nápoles.

No Japão, uma agência de viagens começou a oferecer cerimônias para mulheres solteiras em 2014.

As notícias de pessoas se casando sozinhas começaram a aparecer a partir de 1993. As "autobodas" inspiraram uma série de livros e foram tema de séries de televisão como Sex and The City e Glee.

No Estados Unidos, o site "I Married Me" ("Casei comigo") vende kits com anéis e cartões com mensagens positivas sobre o "autocasamento".

No Canadá, um agência chamada "Marry Yourself Vancouver" ("Case com Você Mesmo Vancouver"), trabalha na área há mais de um ano e atribui a popularidade desse tipo de casamento ao número crescente de pessoas solteiras.

"Esposa solteira", dizia uma das decorações comestíveis no casamento de Laura Mesi
"Esposa solteira", dizia uma das decorações comestíveis no casamento de Laura Mesi
Foto: BBC News Brasil

"Solteiro é o novo normal. Comemore seu status!", diz a empresa.

Críticas

Mas nem todos veem essa tendência com bons olhos. Há quem a chame de narcisista ou uma adesão sem sentido a uma instituição patriarcal.

Entre os comentários de felicitações para a italiana Laura Mesi, outros diziam "que triste" ou "você está louca" ou "há algo de errado no seu cérebro".

No mês passado, a britânica Sophie Tanner, que casou consigo mesma, disse à BBC que algumas pessoas a chamaram de "uma feminista triste".

Mesi disse aos jornais locais que é indiferente aos comentários ácidos: "Nada nem ninguém poderia tirar meu sorriso".

Contudo, a italiana também reconheceu que esse tipo de casamento não é para todos. É preciso ter dinheiro, apoio de amigos e familiares e, sobretudo, "um toque de loucura" para levá-lo a cabo, diz ela.

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