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Colapso de mina: últimas famílias são retiradas de área de risco em Maceió, diz Braskem

Segundo a Defesa Civil de Maceió, houve um movimento de 11,8 cm do solo nas últimas 24h

2 dez 2023 - 21h24
(atualizado às 21h24)
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Região da Lagoa Mundaú, onde fica a mina 18. Antes do desastre ambiental em 2018, a porção marrom tinha imóveis residenciais
Região da Lagoa Mundaú, onde fica a mina 18. Antes do desastre ambiental em 2018, a porção marrom tinha imóveis residenciais
Foto: AILTON CRUZ / AILTON CRUZ/ ESTADÃO

A Braskem informou, na tarde deste sábado, 2, que a área de risco do mapa definido pela Defesa Civil de Alagoas está 100% desocupada. Restavam 23 moradores que ainda resistiam em permanecer nessa área, mas eles foram realocados pelo órgão municipal por uma determinação judicial.

A empresa também frisou que a área do bairro do Mutange, onde está localizada a mina 18, está totalmente desocupada desde abril de 2020.

Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina. Há a possibilidade de que ocorra uma acomodação gradual até a estabilização, mas também há o risco de colapso da mina - chamada pela Braskem de "acomodação abrupta".

O prefeito de Maceió, JHC, disse, durante entrevistas neste sábado, que o crime ambiental causado pela Braskem é irrecuperável e impagável. “Os nossos problemas são reais, nunca estaremos satisfeitos com o que a Braskem fez com a nossa cidade. Esse dano que eles cometeram é impagável, é irrecuperável. Os danos sociais, psicológicos, olha o que está acontecendo, a cidade em pânico”, expôs o prefeito.

Segundo a última atualização da Defesa Civil de Maceió, feita às 18h, o deslocamento vertical acumulado da mina 18 é de 1,61m e a velocidade vertical é de 0,7cm por hora, apresentando um movimento de 11,8cm nas últimas 24h. O órgão permanece em alerta máximo para o risco iminente de colapso.

Mapa da Defesa Civil com as regiões afetadas pelo risco de afundamento
Mapa da Defesa Civil com as regiões afetadas pelo risco de afundamento
Foto: Reprodução/Defesa Civil

O colapso

O coordenador da Defesa Civil de Maceió, coronel Moisés Mello, tranquilizou a população sobre alguns pontos relacionados ao iminente colapso da mina 18 da Braskem na capital alagoana. Em entrevista à CNN, neste sábado, 2, Moisés negou a possibilidade de haver um desastre natural maior como um tsunami ou terremoto. "Vai surgir uma cratera, que vai ser preenchida pela Lagoa Mundaú", explicou.

"Não vai ser uma cratera no meio da cidade, não vai gerar terremoto, tsunami, nada disso. Essa cratera será na sua maior parte submersa, preenchida de imediato pela água da Lagoa", disse.

O coronel ainda deu mais uma notícia de alívio. Segundo ele, o formato e a forma como a cratera está se desenvolvendo faz com que a Defesa Civil acredite que o dano não será tão grande quanto era esperado. "Mesmo assim teremos o dano ambiental considerável que levará o estado de Alagoas a tomar algumas medidas após o colapso", afirmou.

Moisés Mello disse ainda que o colapso da mina não deve atingir nenhuma moradia ainda habitada. Isso porque, segundo ele, a população mais próxima está a cerca de 2 km do local da mina 18 e ela deve chegar a superfície com 5 vezes o seu raio de cerca de 32 metros.

Sobre quando a mina deve colapsar, o coronel afirmou que isso pode acontecer a qualquer momento.

"Ainda no dia 4 de novembro, essa mina se encontrava a 780 metros de profundidade. A partir daí começou a ter os primeiros tremores e essa mina começou a se jogar em direção a superfície. Hoje, os tremores foram sentidos na profundidade de 300 metros, isso quer dizer que a mina já subiu bastante e poderá chegar a superfície a qualquer momento", afirmou.

Fonte: Redação Terra
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