Amazônia Legal: mais da metade dos indígenas não vive em terras demarcadas, diz IBGE
No caso dos quilombolas, são 81% fora dos territórios oficialmente delimitados
A maior parte (53,52%) dos indígenas que vivem na Amazônia Legal não mora em terras indígenas. A menor porcentagem é no Amazonas: 30,37%. O mesmo fenômeno se aprofunda entre os quilombolas da mesma região: 81% vivem fora dos territórios quilombolas.
Os números são do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram compilados na pesquisa "Áreas Protegidas na Amazônia Legal: Um Retrato Ambiental e Estatístico", divulgada na manhã desta quarta-feira, 12, em Belém, na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30).
Os pesquisadores do IBGE não sabem explicar exatamente por que isso acontece, mas levantam algumas hipóteses, como a migração de indígenas e quilombolas para as cidades, o isolamento das áreas, a falta de infraestrutura básica nas áreas demarcadas e, até mesmo, a necessidade de demarcação de mais áreas.
João, José e Antônio: quais são os nomes masculinos mais comuns no Brasil?Dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e os órgãos estaduais competentes, em 2025 existiam na Amazônia Legal brasileira 245 territórios quilombolas oficialmente delimitados, ocupando uma área de 27,1 mil quilômetros quadrados.
A taxa de analfabetismo nessa área é de 18% e 96,9% dos moradores enfrenta alguma precariedade em relação ao saneamento básico. De toda a população quilombola da região, somente 18,99% viviam nos territórios. A menor porcentagem foi encontrada em Rondônia, somente 7,56%