Slow Food pede modelos de vida sustentáveis em meio à COP30
'Metas não bastam, é preciso agir', disse movimento
A sede italiana do movimento global Slow Food apontou o atual "sistema alimentar como vilão e vítima" da crise climática nesta segunda-feira (10), data de abertura da COP30 em Belém. Além de cobrar "ações concretas" para solucionar a questão, a instituição destacou a importância de adoção de "modelos de vida mais sustentáveis" para o enfrentamento do problema ambiental.
A solução para a crise climática "é um compromisso que deve passar de negociações a ações concretas, e é uma loucura continuar perdendo tempo, estabelecendo metas que depois são ignoradas", afirmou a diretora do Slow Food Itália, Serena Milano, acrescentando que se trata de um tema "sem fronteiras políticas e ideológicas, mas existencial", o qual merece "rápida intervenção" por parte das nações a fim de "reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que alteram o clima".
Os países também devem promover, "de modo paralelo à transição energética, estilos de vida, modelos de produção e consumo mais sustentáveis e menos intensivos em energia, que respeitem a natureza, as florestas e o solo", disse ainda Milano.
Para o vice-presidente da Slow Food Itália, Francesco Sottile, "as soluções para a crise climática envolvem um modelo agrícola capaz de alimentar as pessoas sem esgotar os recursos do planeta".
"Elas [as soluções] se tornam estruturais por meio da regeneração dos ecossistemas e da proteção da diversidade: não apenas a biodiversidade agrícola, mas também a variedade de paisagens e culturas, que estão intimamente ligadas à nutrição e à alimentação", explicou Sottile, segundo o qual, "hoje os sistemas alimentares são tanto causa quanto vítimas da crise climática".
"No entanto estamos convencidos de que eles também podem ser a solução, desde que sejam fundamentados nos princípios do bom, do limpo e do justo", salientou.
Por fim, o movimento global solicitou o fim da "dependência dos sistemas alimentares em relação aos combustíveis fósseis".
"Os fertilizantes sintéticos, os herbicidas e os pesticidas, além de envenenarem o meio ambiente e o solo, estão intimamente ligados ao uso de combustíveis fósseis para sua produção", declarou o Slow Food Itália.