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Plano Amazônia de Lula e Marina propõe interdição de metade da área desmatada no país

Proposta também projeta a criação até 2027 de novas unidades de conservação em 3 milhões de hectares

5 jun 2023 - 17h13
(atualizado às 18h39)
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Marina Silva e Lula durante cerimônia em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, em Brasília
Marina Silva e Lula durante cerimônia em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, em Brasília
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO / Estadão

O novo plano para coibir o desmatamento na Amazônia, lançado nesta segunda-feira, 5, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, prevê a interdição da metade da área desmatada ilegalmente no Brasil. A interdição, tecnicamente conhecida como embargo, é uma sanção administrativa que suspende as atividades desenvolvidas na propriedade atingida.

A medida é uma dentre as várias propostas da 5ª fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDam), lançado no Dia Mundial do Meio Ambiente. O plano foi estruturado em quatro eixos principais e conta com aproximadamente 150 metas.

O plano é uma iniciativa interministerial que abrange 17 pastas e é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente. Além disso, conta com a participação de diversos órgãos públicos.

Veja outras medidas

A proposta também projeta a criação de novas unidades de conservação em três milhões de hectares até 2027. A seguir, estão destacados os principais pontos previstos no plano.

  • Embargar 50% da área desmatada ilegalmente identificada pelo Prodes consolidado do último ano em Unidades de Conservação federais;
  • Aumentar 10% o número de Autos de Infração Ambiental julgados em primeira instância/ano em relação a 2022;
  • Instaurar 3.500 processos administrativos por ano para apuração de infrações administrativas contra a flora na Amazônia;
  • Ingressar com 50 ações civis públicas (ACPs) por ano, para cobrar a reparação de danos contra a flora amazônica
  • Estruturar 10 bases estratégicas para atuação multiagências no combate aos crimes e infrações ambientais na Amazônia;
  • Contratar 1.600 analistas ambientais por meio de concurso público, para atuação no combate ao desmatamento até 2027;
  • Produzir alertas diários de desmatamento e degradação florestal;
  • Suspender/cancelar 100% dos registros irregulares de CAR sobrepostos a terras públicas federais e notificar detentores de registro no CARcom desmatamento ilegal via SICAR de acordo com prioridade por área e tamanho de desmatamento;
  • Incorporar 100% das terras devolutas ao patrimônio da União;
  • Georreferenciar 100 mil ocupações rurais em terras públicas;
  • Destinar 29,5 milhões de hectares de florestas públicas federais ainda não destinadas;
  • Elaborar o Plano Nacional de Bioeconomia;
  • Fortalecer 100 organizações de base comunitária em UCs Federais para o aprimoramento, a formulação e a implementação de políticas públicas e projetos correlatos;
  • Ampliar a área de floresta pública federal sob concessão florestal em até 5 milhões de hectares, incluindo a restauração florestal e silvicultura de espécies nativa;
  • Demarcar 230.000 km de limites de terrenos marginais de rios federais;
  • Criação de 3 milhões de hectares de unidades de conservação.

PPCDam

O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDam) foi criado no primeiro mandato de Lula, em 2004, a partir da iniciativa de Marina Silva. Especialistas enfatizam que o plano desempenhou um papel fundamental na redução do desmatamento na Amazônia pelo Brasil.

O projeto foi encerrado em 2019, durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, o que gerou críticas de ambientalistas tanto no Brasil quanto no exterior.

Fonte: Redação Terra
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