Empresas se unem para promover corredor verde para caminhões na Rodovia Presidente Dutra

Um grupo de 17 grandes empresas, com apoio dos governos local e federal, lançou o projeto e-Dutra. A iniciativa prevê a implantação de 1.000 caminhões elétricos e uma ampla rede de recarga ao longo da Rodovia Presidente Dutra, o principal corredor logístico entre Rio de Janeiro e São Paulo. A meta é atingir esse número até 2030, o que poderá evitar cerca de 75 mil toneladas de emissões de CO₂, o equivalente a retirar mais de 16 mil carros das ruas.

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Atualmente, mais de 19 mil caminhões a diesel circulam diariamente pela Dutra, uma das rodovias mais movimentadas e estratégicas do país. O novo projeto busca reduzir o impacto ambiental e melhorar a qualidade do ar nas comunidades vizinhas, além de acelerar a transição do transporte de cargas para um modelo de baixas emissões.

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A iniciativa, divulgada na Blue Zone da COP-30 nesta quarta-feira, 12, reúne empresas de logística, da indústria automotiva e de tecnologia. Juliana Silva, diretora de sustentabilidade da Motiva, que está entre as organizações que participam do projeto de eletrificação da frota de cargas, destacou ao Terra que a iniciativa é fundamental para a descarbonização do País e do setor.

Ela explicou que o setor de transportes é o segundo maior emissor nacional, e que a Motiva liderou um estudo que identificou três alavancas principais para reduzir emissões: eletrificação, expansão do uso de biocombustíveis e ampliação do transporte hidroviário e ferroviário, capazes de reduzir em até 60% as emissões do setor. "A eletrificação é um vetor de descarbonização super importante e essa iniciativa vem tangibilizar isso".

Além da redução de emissões, a Motiva reforça ações voltadas à preservação da biodiversidade, como a criação de unidades de conservação, o plantio de corredores ecológicos (em parceria com a SOS Mata Atlântica) e a promoção de práticas de mitigação de impactos ambientais em suas áreas de atuação.

A diretora ressaltou também a importância da colaboração entre setor privado e poder público. "O governo tem um papel fundamental para incentivar financeiramente essas iniciativas", afirmou. Juliana também destacou a relação entre inovação e sustentabilidade. "No ano passado, ter uma frota elétrica era inviável, e esse ano ela já se torna viável". 

O projeto inclui a criação de centros de recarga elétrica ao longo do trajeto, além de rotas-piloto já em operação. Um dos primeiros testes foi conduzido pela Volkswagen Truck & Bus, que percorreu 800 quilômetros entre Resende (RJ) e Sorocaba (SP) com um caminhão totalmente elétrico. Outras empresas, como a DHL Supply Chain, também já iniciaram operações com caminhões elétricos pesados em trechos paulistas.

A expectativa, segundo as empresas envolvidas no projeto, é que os investimentos também criem novas oportunidades econômicas, gerem empregos verdes e fortaleçam o setor logístico.

*A repórter viajou a convite da Motiva, idealizadora da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes.