'A praga laranja': artista dinamarquês traz à COP30 estátua que retrata Trump como ameaça ao clima
Na escultura, presidente norte-americano está em cima de um homem branco enquanto segura o símbolo da justiça
O artista dinamarquês Jens Galschiet levou sua escultura A praga laranja à Marcha Global pelo Clima neste sábado, 15, em Belém (PA). A obra faz uma crítica ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ao Terra, Jens explicou que a escultura simboliza o presidente norte-americano controlando "pessoas" e o "clima" por meio do poder e de ameaças.
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"É o Trump em cima de um homem magro; esseo homem magro representa você, eu, o clima e tudo o que ele tenta controlar com poder e ameaças. Essa é a mensagem: precisamos tirá-lo de lá", destacou. A obra de Jens, na qual Trump segura um símbolo de justiça, chamou atenção de manifestantes que marcaram presença na Marcha Global.
A organização estima que cerca de 70 mil pessoas compareceram ao ato, cujo início, realizado nas proximidades do Mercado São Brás, contou com discursos das ministras Marina Silva e Sonia Guajajara.
“Ele não deveria ficar sentado em cima de todo mundo, decidindo o que as pessoas pensam. Nós decidimos por nós mesmos e precisamos discutir isso aqui”, acrescentou Jens sobre a escultura.
O ato também foi marcado por blocos temáticos, 'velório' dos combustíveis fósseis e encerramento em clima de carnaval. O primeiro sábado da COP30 já é tradicionalmente conhecido por ser um dia reservado para manifestações organizadas por movimentos sociais, ONGs e organizações da sociedade civil.
A Marcha, no entanto, não integra a agenda oficial da ONU nem da própria Conferência. Ainda assim, as ministras fizeram questão de participar. Nos últimos anos, a Conferência das Nações Unidas para o Clima foi sediada em países com sistemas políticos não democráticos; por isso, a Marcha Global realizada durante a COP30 representa um momento significativo para os manifestantes, já que nas últimas três edições não houve espaço para esse tipo de mobilização.
*Essa reportagem foi produzida como parte da Climate Change Media Partnership 2025, uma bolsa de jornalismo organizada pela Earth Journalism Network, da Internews, e pelo Stanley Center for Peace and Security.
