Ricciardo, Gasly, Schumacher, Doohan...qual a escolha da Alpine?

A Alpine entrou nas manchetes pelo motivo que não gostaria. Após o anúncio de não-renovação com Alonso e a confusão de contrato com Oscar Piastri, a melhoria de desempenho das últimas etapas ficou totalmente ultrapassada, bem como fazer uma grande confusão interna, com detalhes de crueldade na aparente fritura de Otmar Szafnauer.

Aparentemente, a Alpine não conta com os serviços de Piastri para 2023. Assim, os franceses acabam tendo um leque interessante de opções para preencher o posto de companheiro de Esteban Ocon, que tem contrato até o final de 2024. E a lista só aumenta...

Daniel Ricciardo

O australiano aparece como a opção mais obvia e de maior alcance. Após a confirmação de sua não-permanência na McLaren para a próxima temporada, Ricciardo declarou que seu foco é ficar na F1 em 2023 e “em um posto competitivo”.  

Em tese, dinheiro não seria problema em um primeiro momento, pois Ricciardo teria uma bela indenização no bolso. Mas o climão é inevitável, pois a vinda do australiano para a Renault foi uma aposta do comando de então (leia-se Cyril Abiteboul) e sua saída foi entendida como uma falta de crença no futuro do time.

Como até falei em uma coluna anterior, teria que haver uma conversa sincera entre as partes. E este casamento funcionaria na força do ódio: a Alpine querendo mostrar que agora pode se acreditar no projeto de se tornar um time vencedor e Ricciardo na intenção de demonstrar o seu valor, que caiu nestes 2 anos de McLaren

Mick Schumacher

No último fim de semana, Ocon declarou que gostaria de ter o alemão como companheiro de equipe. Cada vez mais aumentam as falas que Mick sairia da Academia Ferrari no fim do ano. Se Schumacher está na F1, tem uma forte influência italiana.

Muitos diziam que ele seria o futuro da equipe. Mas após a renovação de Sainz até 2024, a janela começou a se estreitar. Diz-se que Vettel, que tem uma forte ligação com Mick, o aconselhou a sair do “domínio” da Ferrari se quiser progredir.

A permanência na Haas é uma possibilidade. A ida para a Alpine seria sim um ganho para Mick, que tem progredido de forma menos impressionante do que muitos esperavam. A vinda de Magnussen talvez tenha dado uma reenquadrada na visão que muita gente tinha em relação a Schumacher. Ele ainda pode mostrar seu valor e quer provar que não está na F1 pela força do sobrenome.

Para a Alpine, seria um ótimo estandarte, especialmente em relação ao mercado alemão. E, em tese, não seria necessariamente uma ameaça para Ocon...

Pierre Gasly

Esta seria uma escolha que se encaixaria em diversos aspectos: é jovem, experiente e – principalmente – francês. Que tal uma dupla francesa em uma equipe francesa? Nem o mais louco patriota pudesse imaginar isso. Mas o sonho tem seus percalços...

Primeiro, Gasly tem um contrato em vigor com a Red Bull até o fim de 2023. Entretanto, Helmut Marko declarou que não colocaria empecilhos para a liberação do piloto caso uma proposta viesse (bem como a multa rescisória). Outra, é uma relação um tanto agressiva com Ocon, embora este tenha dito que “não havia mais nenhum problema entre os dois”.

Para Gasly, seria a grande chance de provar que pode fazer mais na F1. Como até escrevemos aqui em junho, as perspectivas de ascensão no “Mundo Red Bull” são cada vez menores e ficar na AlphaTauri seria interessante em determinados aspectos. Voltar para a nave mãe? Somente em 2025.  Dentro do quadro, ir para a Alpine seria algo motivador.

Jack Doohan

Este é um nome que entrou na disputa após a saída de Piastri. O australiano, que faz parte da academia Alpine, vem fazendo um ano satisfatório na F2 (assumiu a 4ª posição no campeonato) e hoje seria o piloto dentro dos quadros que poderia ser aproveitado: atualmente, ele tem 39 pontos para obtenção da Superlicença.

Assim, se a Alpine quiser requerer a habilitação de Doohan imediatamente, basta colocá-lo em um TL e que ele faça 100 km (cerca de 20 a 25 voltas) sem ter nenhuma punição. Com isso, consegue 1 ponto e alcança os 40 pontos necessários.  Caso contrário, basta aguardar a temporada da F2 acabar que pode ter a Superlicença.

Entretanto, o filho do multicampeão de moto Mick Doohan ainda levanta dúvidas quanto à sua constância. Embora rápido, ele tem tido um melhor desempenho nos dois últimos anos. Fora isso, a carreira tem sido um pouco discreta. De relevante mesmo, foi o 2º lugar na F3 Asiática em 2019 e o vice-campeonato na FIA F3 ano passado. Não são poucos os que dizem que mais um ano na F2 não lhe fariam mal.

Só que vai contra o aproveitamento parco por parte da Alpine dos pilotos da sua academia. Zhou teve que sair para ser titular na Alfa/Sauber e Piastri forçou a barra para sair por não confiar que teria um posto efetivo para 2023. Seria Doohan aquele que mudaria esta situação?

Agora, a Alpine tem opções de escolha. A questão é que linha a equipe quer seguir. A escolha por Doohan seria talvez a mais barata, porém mais arriscada pela inexperiência. Gasly seria o máximo do patriotismo, mas teria condições de entregar? Schumacher teria sua grande chance. E que Ricciardo chegaria após de 2 anos de bater cabeça na McLaren?