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Haas e Toyota juntas na F1: O que significa esse casamento?

Após especulações, Haas e Toyota anunciam parceria na área técnica para a F1, embora os japoneses neguem que seja um "retorno" oficial.

11 out 2024 - 10h06
(atualizado em 18/10/2024 às 22h25)
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Haas e Toyota: a mais nova parceira da F1
Haas e Toyota: a mais nova parceira da F1
Foto: Toyota Gazoo Racing

Quem disse que a F1 não pode surpreender? Após uma discussão em julho de uma possibilidade de acordo entre Haas e Toyota, ela foi confirmada nesta sexta. Em uma apresentação em Tóquio, o que era um papo de paddock, foi confirmada o mais novo casal do pedaço. Logo se falou em um possível retorno da Toyota à F1 após 15 anos (saiu no final de 2009). Afinal de contas, os japoneses gastaram uma montanha de dinheiro e não conseguiram o sucesso esperado. Há ainda um gosto de “negócio inacabado” para a Toyota, mesmo com os resultados obtidos no WEC e no WRC.

Mas o próprio CEO da montadora, Akio Toyoda, durante a conferência de imprensa, lembrou que foi o responsável pela saída da Toyota da F1 e tratou de negar que não significa que a marca estaria voltando à categoria, descartando a possibilidade de fornecer motores ou assumir o controle da Haas. Inclusive, deixou o pedido de que não gostaria de ler manchetes “Toyota está de volta à F1”.

Mesmo com a fala de Akio Toyoda, o acordo Haas/Toyota não deixa de ser um retorno japonês à F1. Afinal de contas, a estrutura usada atualmente pelos japoneses na Alemanha é resultado do investimento feito para que a Toyota fosse para a F1. Hoje, a unidade de Colônia atende às operações do WEC e do WRC e vários clientes do esporte a motor.

Como falamos em artigo aqui em julho, a Toyota vinha dando alguns passos em direção à F1: Além de apoiar Ritomo Miyata na F2 e colocar Ryo Hirakawa como piloto reserva e de desenvolvimento da McLaren, os japoneses gostariam de novos clientes para substituir a McLaren no uso de seu túnel de vento em Colônia (Alemanha).

O objetivo da Toyota através de seu braço de competições, a Gazoo Racing, é ampliar o escopo de clientes e reforçar este contato com a F1, desenvolvendo seu corpo técnico. Tanto que o acordo prevê que a Toyota Gazoo forneça algumas peças e ajude na parte de desenvolvimento, incluindo uso de simuladores e testes com carros antigos.

Ayao Komatsu (Haas), Akio Toyoda (CEO Toyota) e Tomoya Takahashi (Toyota Gazoo)
Ayao Komatsu (Haas), Akio Toyoda (CEO Toyota) e Tomoya Takahashi (Toyota Gazoo)
Foto: Toyota Gazoo Racing

Gerir todos os atores deste processo será um belo exercício por parte da Haas. Após uma série de dúvidas iniciais, o time esclareceu que a Toyota Gazoo vem para complementar a estrutura, mantendo o acordo com a Dallara para a confecção do chassi e com a Ferrari para fornecimento de motores, cambio e outras soluções, incluindo o gabinete técnico em Maranello.

Sobre a Ferrari, Ayao Komatsu, chefe da equipe Haas, deixou claro que o acordo passou pelo conhecimento dos italianos e que estão extremamente satisfeitos com o relacionamento, que vai até o final de 2028 (a um custo de mais de 209 milhões de euros entre 2025 e 2028). Tanto que a Ferrari estipulou algumas salvaguardas para que não houvesse problemas, lembrando que ambos são concorrentes no WEC...

Em relação à Dallara, houve algum estranhamento pois, mesmo com todo o conhecimento dos italianos, algumas soluções demoravam para ficar prontas, especialmente algumas peças, em relação à concorrência. A entrada da Toyota pode permitir maior velocidade para a disponibilização de novos componentes e assim conseguir melhores resultados.

Mais uma vez, a Haas usa de uma abordagem inovativa para sua atuação. A vinda da Toyota Gazoo vem para complementar uma falha de estrutura do time e ajudar a ter ganhos de desempenho em um curto prazo. E a Toyota ganha mais uma forma de olhar novas áreas de atuação no esporte a motor, já que o WRC está em discussões de novos formatos para 2027 e o WEC promete introduzir o hidrogênio para 2029. Sem contar a longa disputa com a Honda...

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