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A Red Bull inventará na estratégia em Abu Dhabi?

As simulações do Treino Livre 2 deram algumas pistas de como pode ser a decisão do campeonato

10 dez 2021 - 17h20
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Verstappen fez uma ótima simulação em Abu Dhabi. Mas dará para a corrida?
Verstappen fez uma ótima simulação em Abu Dhabi. Mas dará para a corrida?
Foto: Red Bull Content Pool / Divulgação

Chegando na etapa final e em uma disputa tão acirrada, é hora de gastar os últimos cartuchos disponíveis. Tudo o mais ficou para trás e todos os olhos estão voltados para Mercedes x Red Bull, Verstappen x Hamilton.

Embora Verstappen chegue com a vantagem de uma vitória a mais, do ponto de vista psicológico Hamilton está em um momento melhor. A sequência de vitórias nas últimas provas, bem como os acontecimentos na Arábia Saudita, deixa a impressão que o inglês está mais próximo do seu oitavo título do que a primeira conquista do neerlandês. Entretanto, ao ver o Treino Livre 2 do GP da Abu Dhabi, algumas perguntas aparecem...

Normalmente, esta sessão é utilizada pelas equipes, especialmente na segunda parte, para fazer simulações de corrida. Como o horário é o mesmo, as condições geralmente são as mesmas encontradas. Em Abu Dhabi, acaba sendo mais crucial ainda: como a corrida começa com o dia ainda claro e vai escurecendo, o comportamento dos pneus é mais crítico ainda. Com a temperatura do ar caindo, a gestão acaba tendo que ser mais cuidadosa ainda para que mantenham a condição de uso para que não esfarelem ou percam desempenho.

A Pirelli escolheu para este GP os compostos mais macios de sua gama : C3/C4/C5. Esta opção já havia sido feita no início do ano, bem antes da conclusão das obras de modificação da pista. Mesmo com todas as projeções, houve um recapeamento de várias partes, o que acabou por alterar alguns parâmetros de uso. Este treino acabou por mostrar isso.

Embora não seja uma pista abrasiva, ou seja, não gasta muita borracha, as mudanças no traçado levaram a um maior consumo. Afinal de contas, uma maior velocidade especialmente nas curvas acaba por gerar mais esforço na estrutura do pneu por conta da maior pressão aerodinâmica e do próprio deslocamento de peso do carro. Assim, fazer uma única parada pode ser um desafio...

Não temos a total noção dos programas feitos por cada um. Mas aqui podemos ver o quadro de tempos dos pilotos, copilado pelo ótimo Toni Sokolov (quem quiser segui-lo no Twitter @tonisokolov1011)

Eis o quadro dos tempos de simulação do TL2. Red Bull e Mercedes andam juntos
Eis o quadro dos tempos de simulação do TL2. Red Bull e Mercedes andam juntos
Foto: @tonisokolov1011 / Twitter

Chama a atenção o trabalho de Max Verstappen com a Red Bull no uso dos pneus macios. Embora não tenha sido mais rápido em volta rápida, conseguiu fazer uma bela sequência com a gama mais mole. Se pegarmos a média de volta de Verstappen, vemos que ela é quase 7 décimos mais baixa do que a de Hamilton, que usou os médios. Parte disso pode ser explicada pela diferença de compostos.

Pode-se pensar que a Red Bull pode considerar a seguinte estratégia para o neerlandês: jogar tudo na classificação e fazer com que largue com os macios. Se conseguir ficar na frente, conseguir fazer uma sequência matadora de voltas e, com pista livre, conseguir se manter à frente das Mercedes e se postar em melhor situação para a parte final da prova. E a Mercedes disse que, mesmo em poucas voltas com os médios, Verstappen se mostrou em condição melhor do que Hamilton e Bottas…

Entretanto, os relatos dão conta que os pneus estão se deteriorando mais depressa do que a Pirelli pensava. Então a janela de uso dos compostos seria menor e a perda de desempenho (o chamado “penhasco”) seria mais cedo. Então fazer uma única parada passaria a ser algo bem complicado. Para quem largar de pneu macio então...

As Mercedes investiram a parte final nos pneus médios. Aparentemente, seus carros não renderam com os macios, embora tenham mostrado velocidade em uma única volta. Quem ficou incumbido de fazer a simulação com estes compostos foi Sergio Perez, que andou praticamente no mesmo tempo de Hamilton. Aparentemente, os pneus duros estão descartados (mesmo sendo uma gama mais macia, com uma pista mais fria, fica difícil de fazê-los chegar à temperatura ideal de uso). Em declaração, Andrew Shovlin, engenheiro da Mercedes, declarou que “ainda precisam achar um acerto fino para a sequência de voltas”.

Hamilton chega em um momento melhor para decisão
Hamilton chega em um momento melhor para decisão
Foto: Mercedes F1 / Divulgação

As equipes deverão trabalhar muito nos dados esta noite para otimizar para amanhã. Informações trazidas pela Auto Motor und Sport dão conta que a tônica das últimas etapas tem sido mantida: Mercedes mais rápida em retas e Red Bull se sobressaindo nas curvas. Historicamente, quem larga na frente se dá melhor. Por isso, a aposta trabalhada por Max Verstappen pode ser uma boa estratégia neste momento de decisão.

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