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Stellantis: crise dos chips afeta mais do que pandemia

Sindicato na Itália diz que impacto da falta de insumos nas fábricas da empresa no mundo este ano será pior que o provocado pela covid-19

8 out 2021 - 18h04
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Fábrica da Stellantis em Turim, na Itália
Fábrica da Stellantis em Turim, na Itália
Foto: Divulgação

Em entrevista à agência de notícias Reuters nesta sexta-feira (8), o líder da Federação Italiana de Metalúrgicos, Federico Uliano, declarou que o impacto da escassez global de semicondutores na produção de veículos do grupo Stellantis na Itália será pior e mais duradouro do que aquele provocado pela pandemia de covid-19 no ano passado. Além disso, os efeitos da crise devem repercutir em outros países onde o grupo atua (lembrando que a falta de insumos já obrigou a Stellantis a interromper suas operações em várias fábricas ao redor do mundo).

“O furacão dos semicondutores está causando paralisações na produção mais impactantes do que a suspensão das atividades em 2020”, disse Uliano. “As previsões indicam que essa situação deve se estender por todo o primeiro semestre de 2022”, completou.

O sindicato afirmou que a Stellantis produziu 319 mil veículos apenas na Itália nos primeiros nove meses deste ano, o que representa aumento de 11% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando as fábricas permaneceram paradas durante várias semanas para conter o avanço da covid-19.

Federico Uliano acredita, porém, que a produção total deste ano dificilmente vai alcançar os 461 mil veículos fabricados em 2020. “É praticamente impossível, a situação dos semicondutores está ficando mais séria e tudo indica que teremos novas interrupções prolongadas de produção”, declarou o sindicalista. A previsão do grupo Stellantis para este ano já previa que 1,4 milhão de automóveis deixariam de ser fabricados em todas as suas unidades pelo mundo.

Peugeot e-208 GT
Peugeot e-208 GT
Foto: Divulgação

Para se ter ideia, em outubro, os diversos turnos de produção na planta de Melfi, a maior fábrica da Stellantis na Itália, vai totalizar seis dias. Existe ainda a possibilidade de o grupo fechar duas unidades na Alemanha, que pertencem à Opel, até o fim do ano. Em compensação, o complexo Mirafiori de Turim, onde o Fiat 500 elétrico é produzido, é uma das poucas fábricas que não sofreram grandes interrupções. “A produção do compacto elétrico deve seguir para cumprir as metas da empresa de redução na emissão de carbono”, explicou Uliano.

“O principal risco é que a Stellantis decida postergar os investimentos planejados, assim como o lançamento de novos modelos, já que a crise dos semicondutores também emperra as vendas”, acrescentou o líder sindicalista. Os SUVs Maserati Grecale e Alfa Romeo Tonale são as próximas atrações previstas para chegar ao mercado nos próximos meses. No Brasil, o Fiat Pulse já foi afetado pela falta de chips, que atrasou o cronograma de lançamento do modelo, planejado inicialmente para agosto passado. Já os elétricos Peugeot e-208 GT e Fiat 500e, que são importados da Europa, não devem ser prejudicados, por conta do pequeno volume.

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