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Mercedes-AMG GLC 63 S é um monstro, mas (acredite) prático

Avaliação: além de ser um devorador de estradas com seu motorzão V8 biturbo, o Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé surpreende pela praticidade

3 mar 2021 - 19h44
(atualizado às 20h48)
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Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé é um foguete de 510 cavalos com motor V8 biturbo.
Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé é um foguete de 510 cavalos com motor V8 biturbo.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Qual é o limite para um carro como o Mercedes-AMG GLC 63? É possível que um carro tão potente (510 cavalos) e exclusivo (custa quase R$ 900 mil) seja também prático no dia a dia? Por incrível que pareça, é. De todos os atributos incríveis deste SUV com assinatura da AMG, a praticidade foi o que mais nos surpreendeu. Durante uma semana, rodamos com o GLC 63 em São Paulo e Londrina (PR) e também no percurso rodoviário de 1.200 km entre as duas cidades.

Em primeiro lugar não estamos falando de um Mercedes-Benz e sim de um Mercedes-AMG. As três letras significam o máximo de esportividade no portfólio da marca alemã. O GLC é um SUV médio superior, derivado do sedã Classe C. O Mercedes-AMG GLC tem duas versões à venda no Brasil: 63, com carroceria SUV, por R$ 820.900, e 63 S Coupé, por R$ 895.900. Rodamos com a versão Coupé.

O visual do Mercedes-AMG GLC nessa nervosíssima configuração 4.0 V8 é impressionante. O carro é sexy. Não chega a ser extravagante, mas a grade dianteira tem um design matador -- esportiva e agressiva, com frisos verticiais. A traseira do GLC também é bem simples, especialmente quando comparamos com algumas traseiras rebuscadas de SUVs menos potentes. Visto de perfil, o GLC 63 S Coupé revela suas linhas aerodinâmicas. As rodas AMG pretas são belíssimas. 

Mesmo com proposta esportiva, o GLC 63 S Coupé tem surpreendente praticidade.
Mesmo com proposta esportiva, o GLC 63 S Coupé tem surpreendente praticidade.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O GLC 63 S Coupé usa rodas aro 21, porém a largura e o perfil são diferentes na dianteira e na traseira. As rodas da frente têm pneus 265/40. As de trás têm pneus 295/35, portanto 3 cm mais largos. O perfil baixo dos pneus castiga o Mercedes-AMG em pisos ruins. Qualquer pequeno buraco é um tranco. Porém, uma vez que esses buracos possam ser evitados e o piso seja de asfalto, o GLC 63 S Coupé mostra uma versatilidade surpreendente na cidade. 

Graças ao porte médio, este SUV cupê é fácil de estacionar, encara o trânsito com agilidade e pode fazer o que a maioria dos utilitários esportivos faz. Sinais sonoros e câmeras ajudam nas manobras. A direção é levíssima. Claro que o consumo é alto, mas não se pode ter tudo em um carro. É o preço a pagar pelos 510 cavalos de potência. E como é bom ter toda essa cavalaria disponível quando se está na estrada!

Em alguns trechos do percurso entre São Paulo e Londrina, o Mercedes-AMG GLC garantiu ultrapassagens rapidíssimas, o que é sempre bom em estradas de mão dupla cheias de carros e caminhões vindo em sentido contrário. Na auto-estrada, então, nem se fala. É possível rodar a velocidades bem altas com a sensação de que se está a 80 km/h. Por isso, também, este é um carro para pessoas maduras, com bom senso ao volante, pois ele simplesmente devora as estradas.

Rodamos 1.200 em diferentes tipos de estrada com o Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé.
Rodamos 1.200 em diferentes tipos de estrada com o Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Ele chega a 280 km/h, limitado eletronicamente. Sua aceleração de 0 a 100 km/h é brutal: 3,8 segundos. Sua arrancada equivale a um empurrão no peito, que joga o corpo de todos os ocupantes para trás. As costas grudam no banco, a cabeça chega a ser empurrada para cima e o quadro de instrumentos pisca em vermelho a cada vez que o motor ultrapassa o limite de giros, no modo automático. Para fazer as trocas manualmente, é preciso ser piloto para não perder tempo.

A transmissão é a notável AMG SpeedShift MCT 9. Com 9 marchas disponíveis, o câmbio entrega sempre a melhor performance para o motor V8 de 3982 cm3 de cilindrada. A potência máxima de 510 cv está disponível numa faixa bem curta de giros, de 5.500 a 6.250 rpm, por isso é difícil tirar a melhor performance deste AMG fazendo trocas manuais. O torque também é brutal: 700 Nm. Mas, ao contrário da potência, ele é 100% entregue numa faixa mais ampla, que vai das 1.750 às 4.500 rpm. O GLC 63 é o único em seu segmento com motor biturbo.

O carro é muito estável, apesar de ter o centro de gravidade mais elevado, pois conta com inúmeros equipamentos eletrônicos de segurança. Segundo a Mercedes, o GLC 63 S Coupé já vem configurado com o Pacote Brasil, que traz de série todos os opcionais possíveis. Cores especiais podem ser pedidas sob consulta. Em relação ao GLC 63, sem a letrinha "S'', são 34 cavalos a mais na potência e 50 Nm extras no torque. Por causa disso, o Coupé é 2 décimos de segundo mais rápido na aceleração de 0 a 100 e consegue 10 km/h a mais na velocidade final. 

Carroceria cupê do GLC 63 S é um dos atrativos do carro, que tem design sexy.
Carroceria cupê do GLC 63 S é um dos atrativos do carro, que tem design sexy.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Mas nós gostamos é da carroceria cupê, que combina mais com a esportividade proposta pela Mercedes do que o formato quadradão de uma carroceria SUV. O carro é rebaixado para um “SUV”, pois tem 16,2 cm de vão livre. O ângulo de entrada é de 20,6°. Se ele raspa a frente em algumas ocasiões? Sim, raspa. Mesmo assim, como dissemos, pelo seu porte, pela posição do banco e do volante, pela alavanca do câmbio acoplada à coluna de direção e pelas configurações possíveis de transmissão e suspensão, o GLC 63 S Coupé é, sim, surpreendentemente prático. Comparando, é claro, com outros esportivos -- inclusive da própria AMG. 

Em curvas de alta velocidade ele parece rolar um pouco mais a carroceria do que o Porsche Cayenne Turbo, que está numa categoria superior (é rival direto do Mercedes-AMG GLE). Por outro lado, o sistema AMG Dynamics do GLC 63 garante o caráter esportivo do carro, além de oferecer cinco programas para o motorista: "Slippery", "Comfort", "Sport", "Sport+" e "Individual". Dependendo do programa escolhido, o controle eletrônico de estabilidade torna-se mais ou menos invasivo. 

Por dentro, o GLC 63 S tem a multimídia mais atual, porém ainda na posição "flutuante".
Por dentro, o GLC 63 S tem a multimídia mais atual, porém ainda na posição "flutuante".
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

A tração integral 4Matic+ completa o excepcional pacote de estabilidade do GLC 63 S Coupé. Dependendo da situação, o sistema pode jogar 50% de força para o eixo dianteiro, fazendo a transição entre a tração traseira e a tração integral sem que o motorista perceba a mudança. Portanto, o eixo traseiro fica tracionado de forma permanente, o que acentua a esportividade deste GLC AMG, enquanto a conexão com o eixo dianteiro é variável. 

O AMG Dynamics tem três funções de agilidade: "Basic", "Advanced" e "Pro", que são selecionadas automaticamente pelo respectivo programa de direção. O "Basic" é indicado para os programas "Slippery" e "Comfort", enquanto o "Advanced" é ativado no "Sport", dando ao carro um equilíbrio neutro. Já o “Pro" (de Profissional) está no "Sport+", que entrega uma assistência maior em condução esportiva. A suspensão é a ar e, como tudo no carro, atua de forma “inteligente”, de acordo com a indicação dos sensores sobre as condições do piso e com o modo de condução selecionado.

Por dentro, o Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé ainda não tem a última versão do cockpit da marca. Mas isso é bom. O quadro de instrumentos, portanto, segue o padrão tradicional, bem fundo atrás do volante, embora seja totalmente digital. Ele oferece menos opções de configuração do que o Mercedes-AMG A 35, que avaliamos recentemente. Melhor assim. O volante também incorpora um botão de girar para selecionar o modo de condução, igual ao que é usado nos modelos da Porsche. Também é possível selecionar o modo de condução pelo lado esquerdo do volante ou pelo console central.

Dianteira do Mercedes-AMG GLC 63 S é agressiva, com frisos verticais.
Dianteira do Mercedes-AMG GLC 63 S é agressiva, com frisos verticais.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Já a central multimídia é a mais moderna que existe, MBUX, que pode ser comandada, de forma até divertida, por comando de voz que começa com a frase “e aí, Mercedes?”, ou “Olá Mercedes” e “Oi Mercedes”. Mas, curiosamente, se você estiver conversando e falar “Mercedes”, não é incomum que a "própria" Mercedes, com voz feminina, pergunte se pode ajudar. O painel digital tem 12,3” e o display central tem 10,25”.

O Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé tem uma enorme lista de equipamentos e pode ser surpreendente em cada detalhe. Os faróis, por exemplo, são dinâmicos Multibeam led. Ele tem nada menos que 84 leds independentes e um alcance de farol alto de 650 metros! O design do para-choque dianteiro remete à asa de um avião a jato. Ele também tem um grande defletor central que permite visualizar o sistema de esfriamento, característica própria de carros de corrida.

Mas, ao contrário de um carro de corrida, o bem-estar a bordo do GLC 63 S Coupé é garantido. Tanto na frente quanto no banco de trás. Os bancos são esportivos em couro Nappa -- por mais rápido que você esteja numa curva, o corpo não escorrega para o lado. O cliente pode escolher uma dessas quatro cores: Preto; Branco Pérola com Preto; Vermelho Pepper com Preto; Cinza Magma com Preto. O painel tem acabamento em couro sintético Artico Preto com costuras contrastantes. As superfícies têm fibra de carbono e frisos de alumínio. 

Mercedes-AMG numa foto em Londrina (PR) durante nossa avaliação de 1.200 km.
Mercedes-AMG numa foto em Londrina (PR) durante nossa avaliação de 1.200 km.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Mas nada se compara ao volante de direção. É por meio dele que você domina a fera (além dos pedais, é claro). O GLC 63 traz uma nova geração do volante AMG, forrado de Nappa e microfibra Dinamica. A parte inferior do volante é reta, com perfurações na área de pegada do motorista. Para finalizar, o câmbio tipo borboleta tem aletas galvanizadas para quem é bom o suficiente para fazer trocas de marchas manuais. O modo de transmissão manual é identificado por um "M" amarelo e um aviso para troca de marcha superior ao chegar à rotação máxima do motor, como nos carros de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas na Fórmula 1.

Para quem tem R$ 900 mil para dar num carro, o Mercedes-AMG GLC 63 S Coupé é uma ótima compra. Até porque, além de ser um devorador de estradas, este GLC assinado pela AMG pode fazer várias tarefas no dia a dia, só que com muito mais estilo.

Os números

  • Preço: R$ 895.900
  • Motor: 4.0 V8 biturbo 
  • Potência: 510 cv de 5.500 a 6.250 rpm
  • Torque: 700 Nm de 1.750 a 4.500 rpm
  • Câmbio: 9 marchas dupla embreagem
  • Comprimento: 4,745 m 
  • Largura: 1,930 
  • Altura: 1,585 m
  • Entre-eixos: 2,873 m
  • Vão livre: 162 mm
  • Peso: 2.030 kg
  • Pneus: 265/40 R21 (d) e 295/35 R21 (t)
  • Porta-malas: 500 litros
  • Tanque: 66 litros
  • 0-100 km/h: 3s8
  • Velocidade máxima: 280 km/h
  • Consumo cidade: 6,2 km/l 
  • Consumo estrada: 8,1 km/l 
  • Emissão de CO2: 201 g/km
Guia do Carro
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