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Carro elétrico: veja como será o mercado no Brasil até 2035

Anfavea e BCG mostram como será o mercado de carros híbridos e elétricos no Brasil em 2030 e 2035. Veja mix de vendas e a paridade de custo

12 ago 2021 - 06h00
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Volkswagen ID.4 GTX: totalmente elétrico.
Volkswagen ID.4 GTX: totalmente elétrico.
Foto: VW / Divulgação

Como será o mercado de carros híbridos e elétricos no Brasil nos próximos 15 anos? Para responder a essa pergunta, a Anfavea fez uma série de reuniões com a indústria e encomendou ao BCG (Boston Consulting Group) um profundo estudo. O resultado indica dois cenários para o mercado de veículos leves (automóveis de passeio e comerciais).

No primeiro cenário, chamado de inercial, o Brasil chegará a 2030 com 12% de carros eletrificados (híbridos e elétricos) e em 2035 com 32%. Neste cenário, o país faz muito pouco rumo à eletrificação (ou seja: mantém a política atual). Haverá eletrificação somente para atender segmentos específicos, requisitos de emissões de poluentes e demandas de clientes corporativos. 

CENÁRIO INERCIAL
TIPO DE
CARRO
202020302035
Elétrico-3%9%
Híbrido1%9%23%
Diesel4%2%1%
Gasolina4%--
Flex91%86%67%

No segundo cenário, chamado de convergência global, o Brasil chegará a 2030 com 22% do mix de vendas ocupado por veículos eletrificados (híbridos e elétricos) e em 2035 com expressivos 62%. Neste cenário, o país investe na eletrificação, inclusive com incentivos de produção e compra, e as montadoras seguem as estratégias globais para propulsão elétrica. 

CENÁRIO CONVERGÊNCIA GLOBAL
TIPO DE
CARRO
202020302035
Elétrico-5%22%
Híbrido1%17%40%
Diesel4%2%1%
Gasolina4%--
Flex91%76%37%

Nos dois cenários, os motores a combustão interna ainda serão dominantes na virada da década, com 86% ou 76% de participação no mix. Entretanto, os carros movidos somente a gasolina praticamente desaparecem do mercado. Quanto aos veículos híbridos, eles são subdivididos em PHEV (híbrido plug-in), HEV (híbridos sem carregamento na tomada) e MHEV (híbridos leves). Os veículos elétricos são subdivididos em BEV (100% elétricos) e FCEL (célula de combustível).

Quanto ao custo dos carros, a Anfavea fez projeções considerando o custo total de propriedade do carro. Essa conta é mais complexa porque depende de muitas variáveis, como o preço dos combustíveis e a variação da taxa de câmbio. O custo total de propriedade (TCO em inglês) considera aquisição, financiamento, substituição da bateria, combustível, manutenção, IPVA e residual.

Segundo o estudo, a paridade entre o custo de um carro flex com um carro 100% elétrico depende especialmente da quantidade de quilômetros rodados. Quanto maior for o uso, mais cedo o carro elétrico passa a ser vantajoso. Numa utilização de 60.000 km, por exemplo, um carro do segmento C (médio) passa a ter paridade de custo total de propriedade já em 2024, enquanto um automóvel do segmento B (compacto) atinge a paridade em 2025. Veja o tempo de paridade no quadro abaixo.

CUSTO TOTAL DO ELÉTRICO E DO FLEX
PARIDADECARRO
COMPACTO
CARRO
MÉDIO
12.000 km20352031
35.000 km20292027
60.000 km20252024

Em termos globais, o volume de carros elétricos passou de 1 milhão de unidades em 2010 para 8,4 milhões em 2020. Considerando somente os carros totalmente elétricos (BEV), o volume foi de 1,9 milhão de unidades (23%). “Os custos da bateria estão caindo mais rápido do que o previsto”, disse Masao Ukon, do BCG. “Haverá mais de 400 modelos híbridos lançados até 2025 e o mundo estabeleceu o objetivo de zerar as emissões de carbono até 2050.”

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Guia do Carro
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