Urina humana pode ser utilizada em implantes dentários e ósseos? Entenda
A descoberta abre caminhos para uma produção mais sustentável e econômica de insumos voltados à medicina e à indústria
Cientistas dos Estados Unidos descobriram uma utilização para a urina humana. Eles criaram uma forma de transformá-la em uma substância biocompatível para uso em implantes dentários e ósseos. Inicialmente, até pode causar estranheza. No entanto, 'nojinhos à parte', a descoberta abre caminhos para uma produção mais sustentável e econômica de insumos voltados à medicina e à indústria.
Como a urina humana pode se transformar em um mineral valioso?
O ponto central reside no aproveitamento dos nutrientes presentes na urina, como nitrogênio, fósforo e potássio, conhecidos por sua importância tanto na agricultura quanto em processos biológicos essenciais. Utilizando sistemas inovadores baseados em leveduras que imitam o funcionamento de células humanas, grupos de pesquisa conseguiram converter a urina em hidroxiapatita, um material fundamental para a fabricação de implantes ósseos e dentários. Assim, com perspectivas de mercado crescentes, estima-se que essa tecnologia possa fortalecer uma indústria multibilionária até o ano de 2030.
O processo desenvolvido pelos cientistas utiliza leveduras sintéticas, apelidadas de "osteoleveduras", para simular a ação dos osteoblastos humanos, células responsáveis pela formação do tecido ósseo. Essa estratégia permite a conversão da ureia presente na urina em hidroxiapatita cristalina, por meio de sequências de reações bioquímicas controladas em laboratório. O resultado é um minério de fosfato de cálcio, semelhante ao encontrado naturalmente nos ossos e dentes humanos, reconhecido por sua biocompatibilidade e variadas aplicações.
- Hidroxiapatita: mineral essencial para implantes médicos;
- Método inspirado em processos biológicos humanos;
- Produção mais ágil e sustentável em comparação aos métodos tradicionais;
- Redução do impacto ambiental ao retirar nutrientes das redes de esgoto;
Por fim, uma das vantagens apontadas é a eficiência do método, que pode gerar até um grama de hidroxiapatita a partir de um litro de urina, em um período inferior a 24 horas. Assim, representa uma alternativa menos custosa e mais ecológica para a produção do material, contribuindo também para a gestão de resíduos urbanos.