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Ucrânia proíbe entrada no país de homens russos entre 16 e 60 anos

30 nov 2018 - 10h42
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Presidente ucraniano afirma que proibição visa evitar formação de "exércitos privados comandados por Moscou" no país e faz parte de respostas de Kiev à apreensão de suas embarcações navais perto da Crimeia.A Ucrânia decretou a proibição de entrada no país de homens russos com idades entre 16 e 60 anos, anunciou o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, nesta quinta-feira (29/11). Segundo ele, a medida visa evitar a formação de "unidades de exércitos privados" manobradas por Moscou em território ucraniano.

Os comandantes das embarcações ucranianas serão interrogados em Moscou, enquanto o restante ficará detido na Crimeia
Os comandantes das embarcações ucranianas serão interrogados em Moscou, enquanto o restante ficará detido na Crimeia
Foto: DW / Deutsche Welle

Em mensagem transmitida via Twitter, Poroshenko afirmou que a restrição imposta aos cidadãos russos visa "impedir que os russos implementem na Ucrânia as operações que planejaram em 2014", em referência à revolta separatista pró-Rússia desencadeada no leste ucraniano há quatro anos.

O presidente ucraniano disse que as milícias no leste do país são "na realidade representantes das Forças Armadas da Federação Russa". As únicas exceções à proibição de entrada serão casos humanitários. Moscou comunicou que não pretende retaliar com uma medida semelhante.

Jürgen Trittin, ex-ministro do Meio Ambiente da Alemanha e atualmente chefe do Grupo de Amizade Germânico-Russa no Parlamento alemão, disse em entrevista à DW acreditar que a decisão da Ucrânia "não é sábia, uma vez que há muitas famílias nos dois lados da fronteira". Segundo ele, "banir homens vai afiar o conflito".

Mais de 10 mil pessoas, incluindo 2.700 civis, foram mortas no conflito entre os separatistas e os militares ucranianos, segundo estimativas da ONU. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou ter fornecido soldados ou equipamentos militares aos separatistas.

As tensões entre Ucrânia e Rússia se agravaram no fim de semana passado, quando a guarda costeira russa abriu fogo e capturou várias embarcações navais ucranianas perto da península da Crimeia, território ucraniano anexado pela Rússia. Em resposta a esses incidentes no Mar de Azov, o Parlamento da Ucrânia aprovou no início da semana a instauração da lei marcial por 30 dias nas dez regiões que fazem fronteira com a Rússia, no Mar Negro e no Mar de Azov.

Segundo a Rússia, os três comandantes das três embarcações navais ucranianas serão transferidos para Moscou para serem interrogados, enquanto os 21 tripulantes restantes continuarão detidos na Crimeia. Autoridades judiciais russas na Crimeia determinaram a detenção dos militares ucranianos durante os próximos dois meses para investigações.

Segundo a Rússia, os navios ucranianos entraram em águas territoriais sem autorização. Kiev sustena que as embarcações não cometeram qualquer irregularidade perante o direito marítimo internacional.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Volodymyr Groysman, defendeu sanções ocidentais mais duras contra Moscou. "A Rússia é um agressor e um ocupante", disse Groysman ao diário alemão Die Welt. O premiê ucraniano também criticou a expansão planejada de um gasoduto de gás natural entre Rússia e Alemanha e afirmou que esta levaria a União Europeia (UE) a uma dependência da Rússia.

"Não é apenas prejudicial para a Ucrânia, mas para todo o continente", disse Groysman. A Ucrânia deverá perder bilhões de dólares em taxas de trânsito, já que o novo gasoduto não passa por seu território.

Por outro lado, o ministro da Economia da Alemanha, Peter Altmaier, alertou que a questão do gasoduto não deve ser confundida com as tensões na Crimeia. "São duas áreas diferentes", disse.

PV/lusa/dpa/afp/rtr/ap

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