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CASE 2018: Inovação é a ponte que liga indústrias e startups

Especialistas afirmam que colaboração entre as duas pontas pode gerar soluções de mercado únicas

30 nov 2018 - 09h30
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SÃO PAULO - De um lado, corporações tentando quebrar as barreiras contra a inovação. Do outro, startups procurando abertura ao mercado. O discurso dos especialistas em negócios na Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE) 2018, é de que estreitar o laço entre as duas pontas pode fomentar a inovação e o desenvolvimento econômico.

O gerente de relações internacionais e governamentais da aceleradora de negócios americana Plug and Play, sediada no Vale do Silício, na Califórnia, Christian Knipfer, diz que a conexão entre as indústrias e as startups é essencial para ambos os lados. “Para as startups, é importante dar a cara a tapa e se expor, mostrar sua inovação, já para as empresas, pode ser a oportunidade de inovar e resolver problemas internos com mais rapidez”, afirma.

Gerente de relações governamentais e internacional da Plug and Play, Christian Knipfer
Gerente de relações governamentais e internacional da Plug and Play, Christian Knipfer
Foto: Matheus Riga / Terra

Durante o processo de integração entre corporações e startups, podem acontecer muitos conflitos. “Indústrias grandes demoram demais para lançar novos produtos, melhorar seus processos”, diz Knipfer. “As startups são ágeis, flexíveis e tem tecnologia de ponta, são muito mais rápidas.” Para mitigar os problemas resultantes desse choque entre culturas diferentes, o gerente da Plug and Play sugere que as companhias não imponham barreiras para novas ideias e não criem burocracias com contratos e termos de confidencialidade em cima das empresas nascentes.

Um outro jeito de solucionar esse atrito entre as culturas corporativas e das startups, segundo Knipfer, é exigir uma maior presença do governo dentro do ambiente de inovação. “Instituições que criem políticas inteligentes e que deem apoio ao empreendedorismo são partes importantíssimas do cenário de inovação”, afirma. “Por isso, conversar com órgãos públicos e se relacionar por meio de programas ou Parcerias Público-Privadas (PPP) são de suma relevância.”

Com o intuito de atuar como a ligação entre ambas as partes em território nacional, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) criou o Programa Nacional Conexão Startup Indústria. Por meio de edital público, corporações e startups preenchem um formulário e se inscrevem na iniciativa. Depois, feita uma triagem, são escolhidas indústrias e empresas nascentes que, ao adentrarem no projeto, podem conversar entre si e estabelecer conexões.

No CASE 2018, a ABDI anunciou o seu segundo edital para o Programa Conexão Startup Indústria, que aproxima corporações de startups
No CASE 2018, a ABDI anunciou o seu segundo edital para o Programa Conexão Startup Indústria, que aproxima corporações de startups
Foto: CASE 2018 / Divulgação

O intuito de criar essas pontes é fazer com que ambos os lados cocriem e gerem uma solução inovadora para a maior empresa. Como contrapartida, as startups ganham dinheiro com contratos de prestação de serviços firmados com essas indústrias. No primeiro edital, lançado em 2017, foram criados 32 projetos inovadores entre 10 companhias -  entre elas a Embraer, 3M, Natura, BRF e Votorantim Cimentos -, e 27 empresas nascentes.

O objetivo do Programa Conexão Startup, segundo o coordenador de inovação da ABDI, Rodrigo Rodrigues, é favorecer a cultura da colaboração e criação conjunta para que ambos os lados saiam favorecidos. “Para as empresas, a criação de soluções inovadoras serve para reduzir cursos na casa dos milhões de reais”, diz. “Já para as startups, é uma ponte em direção ao mercado.”

A ABDI, no entanto, sabe que promover a conexão não é suficiente. “Nosso trabalho não é só aproximar, isso não basta, nós precisamos mitigar riscos e também servir como mentores de indústrias e startups”, afirma Rodrigues. Entender a dificuldade desse encontro é o primeiro passo para amenizar impasses. “Temos que ter sempre em mente que estamos unindo um negócio 100% avesso ao risco, a indústria, a outro que tem o risco em seu DNA.”

O segundo edital do Programa Conexão Startups foi lançado na última quinta-feira (29), no CASE 2018. A expectativa da ABDI é de que o número de indústrias selecionadas seja três vezes maior, partindo das atuais 10, e o número de conexões com empresas nascentes aumente em 120%, saindo de 27 e indo para 60. No próximo ano, a iniciativa contará com parceria do governo de Portugal e terá corporaçõe se startups do país europeu.

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Fonte: Redação Terra
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