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Google será alvo de investigação federal nos EUA por práticas trabalhistas

Ação acontece após a demissão de quatro funcionários que se manifestavam contra decisões e políticas da empresa

10 dez 2019 - 11h46
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O Google entrou na mira do US National Labor Relations Board (NLRB), órgão federal dos EUA que monitora relações de trabalho. A investigação acontecerá após a empresa demitir quatro funcionários que militavam em diferentes questões dentro da companhia, como a ideia de o Google criar uma versão censurada do seu motor de buscas para o mercado chinês ou o fornecimento de tecnologia para contratos militares.

Os quatro abriram um processo contra o Google em 5 de dezembro, alegando práticas trabalhistas ilegais por parte da empresa. Em setembro, o Google já havia feito um acordo com a NLRB, no qual daria sinal verde para que funcionários se sindicalizassem e falassem com a imprensa. O processo de dezembro afirma que o Google desrespeitou o acordo, o que levou à nova investigação. A análise do caso por parte da NLRB demorará 90 dias, e pode virar uma acusação formal por parte da agência.

"As ações do Google são a antítese das liberdades e transparência que a empresa prega publicamente", diz parte do processo. Os quatro funcionários foram demitidos cerca de 200 dias depois de um protesto em frente a um dos escritórios da empresa em São Francisco, EUA. Eles alegavam que a direção da companhia tomava ações retaliativas contra funcionários que se manifestassem contra a empresa.

Em relação ao caso, o Google vem mantendo a mesma postura, dizendo que os quatro representavam uma ameaça de segurança dentro da empresa. "Demitimos quatro indivíduos envolvidos em violações intencionais e constantes das nossas políticas de segurança de dados, incluindo o acesso sistemático e a disseminação de materiais e trabalhos de outros funcionários. Ningupem foi demitido por levantar preocupações ou debater as atividades da companhia", disse um comunicado da empresa.

A investigação da NLRB aumenta as tensões entre a direção do Google e os profissionais que vem se manifestando contra as decisões da companhia em questões como imigração e assédio sexual. Segundo a imprensa dos EUA, o Google contratou um escritório de advocacia independente e com um histórico de atuação contra sindicatos para lidar com os funcionários.

Estadão
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